sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A vozes loucas, orelhas moucas...

Olá meus amigos, são 18.00 e após ver as notícias, congratulei-me com a grande manifestação que os Enfermeiros fizeram, manifestando o seu mais que direito de descontentamento pelos maus tratos que foram vítimas por parte deste governo autoritário e insensível, ao longo de vários anos. E como, água mole em pedra dura tanto bate até que fura, pode ser que seja desta maneira que se tenha dado um passo importante, para uma conquista mais que justa.
É claro que quando comecei a escrever esta mensagem, apetecia-me começar de outra maneira. Mas, como sou fiel aos meus princípios e já à algum tempo que disse que "para algumas pessoas já dei", vou manter a mesma linha de pensamento e actuação e ignorar alguns comentários que aqui são feitos. Como para bom entendedor, meia palavra basta, penso que sou claro.
Bem, não gostaria de terminar sem deixar uma palavra de apreço para todos, e para o farelhão, "desaparecido em combate?", que é com muito prazer que leio os vossos comentários e mensagens. Fazem-me vir à memória, velhos amigos e bons momentos.
Beijos e abraços dentro da necessidades,
jaime matos
AH e já agora para que não restem dúvidas,
"A vozes loucas, orelhas moucas..." Viva a AMIZADE.

Fui lá hoje...

Hoje, à hora do almoço e entre uma reunião e um plenário, meti-me no metro, subi aquele escadario todo da baixa-chiado e lá fui à CGTP com o objectivo de trazer o Certificado da Formação. Subi ao segundo andar e lá estava ele dentro dum envelope esperando por mim.
Não vi ninguém que conhecesse (também era ainda hora do almoço), mas posso garantir-vos que senti uma saudade imensa de todos vós (até parei depois de sair do edifício, no espaço onde normalmente estacionava).
O dia tinha que continuar e lá fui eu novamente correndo de papel na mão até ao SIESI porque desta vez, tinha que participar na assembleia de delegados Sindicais para aprovação do orçamento e actividades.

Se aquele espaço era para  mim uma referência passou a ter dupla referência. Tive pena não ter tido tempo para esperar por ali mais algum tempo para rever amigos que o são e que lá trabalham e quem sabe até encontrar por ali o tal de Xaviota.
Envio-vos beijinhos e os abraços da praxe.
egídio

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Solidariedade ..... O Justo Valor do Trabalho

Hoje senti, mais uma vez, falta das nossas conversas de sábado, do "nosso" grupo todo junto.
Gostava de estar junto de vós para discutirmos a noção do "Justo valor do trabalho". Vem isto a propósito da Greve dos ENFERMEIROS.
Começo por dizer que estou a falar de Cátreda, pois estive desde segunda feira até ontem à tarde num hospital de Lisboa a acompanhar a minha filha mais nova que foi fazer uma cirurgia, e na semana passada estive lá mais dois dias.
E quando digo que estive lá, quer dizer 24 horas por dia,dormi lá inclusive.
Deu para perceber o trabalho duro que toda a gente que trabalha na saúde, nos hospitais, tem pela frente.
Ontem primeiro dia de greve, os serviços mínimos estavam garantidos por enfermeiras/os que ostentavam ao peito o autocolante "estou em greve" e que explicavam aos doentes o porquê de algumas tarefas serem mais "aligeiradas" devido à redução das equipas.
Será que , ainda,há trabalhadores de 1ª e de 2ª na área da saúde? Será que na cadeia hierárquica da saúde os enfermeiros/as ainda são vistos como inferiores?
Quando eu era pequena lembro-me de quando o médico entrava na sala de espera do "Posto da Caixa " toda a gente se levantava,em sinal de respeito, o mesmo não acontecia quando entrava um enfermeiro.
Bom, tenho de ir ver se a minha filha já acordou. Um abraço muito especial para o Luís e o Jaime e que consigam resolver de uma vez por todas o problema de injustiça de que são vitimas, todos os profissionais de enfermagem neste país.

Para todos um abraço do tamanho do mundo.
Ana Fernandes

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

TENTO NA LÍNGUA

Sendo este um blogue colectivo, resolvi ter tento na língua neste momento de regresso! Apetecia-me dizer umas coisas... mas fica o mistério (para os anglófilos = suspense). Claro se houver curiosidade até podem visitar o blogue "trialogo.blogspot.com" o meu blogue pessoal que hibernou durante cinco anos, deixo-vos pois essa pista! E todos vós sabeis quem sou e como sou pelo não estou sob qualquer suspeita.
Aqui o Dagoberto e o Malaquias gostam de ambiente mais desanuviado, e até tiveram a ousadia de chamar a este adorável Bar de "Poetas e Companhia". E a poesia é esta, um retrato da vida com um pouco mais de sentimento e de preferência sem grande azedume!
Ergamos a taça da nossa loucura e enchamo-la de esperança, diria o poeta "levantá-la na noite escura"! Noite escura é a que vivemos... mas trstezas não pagam dividas... e a partir do dia que pagarem passo a ser caloteiro... porque quero manter sempre um pouco de alegria!
Bem haja por nós, com beijos e abraços, que somos únicos e se houver cópias... são apenas cópias! Nos somos a origem!!!

domingo, 24 de janeiro de 2010

HULMILDADE....

O amigo Xaviota assume-se como uma pessoa de uma "extrema hulmidade"!!!!!!!!!! Assim sendo aqui fica:


Coisas, Pequenas Coisas

Fazer das coisas fracas um poema.

Uma árvore está quieta,
murcha, desprezada.
Mas se o poeta a levanta pelos cabelos
e lhe sopra os dedos,
ela volta a empertigar-se, renovada.
E tu, que não sabias o segredo,
perdes a vaidade.
Fora de ti há o mundo
e nele há tudo
que em ti não cabe.

Homem, até o barro tem poesia!
Olha as coisas com humildade.

Fernando Namora, in "Mar de Sargaços"

Identidade

Identidade

Matei a lua e o luar difuso.
Quero os versos de ferro e de cimento.
E, em vez de rimas, uso
As consonâncias que há no sofrimento.

Universal e aberto, o meu instinto acode
A todo o coração que se debate aflito.
E luta como sabe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito.

Mas como as inscrições nas penedias
Têm maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção.

Miguel Torga - Poesia Completa II


Um abraço para todos
Ana Fernandes

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Amizades, sentimentos e afins...

Sentimentos...e amizades... Dizem que o sentido das coisas está na alma de quem sente... Na minha opinião, todos nós teremos esta capacidade de sentir...e...porquê alguns teimam em escondê-la?! Esconder o que mais verdadeiramente existe? Se juntarmos sentimento a um gesto nosso, já não será um gesto...pois passa a ser uma parte de nós que ali vai...ao encontro de algo pretendido em objectivo. O sentimento, existe para que a vida ganhe forma e brilho. As grandes amizades cultivam-se e preservam-se não só fisicamente, mas também na liberdade de um desejo. Os laços...esses criam-se, para que não esqueçamos que não estamos sós...pois temos companhia daqueles que de alguma forma se encontram prontos a ajudar a percorrer um caminho tantas vezes comum. O tal percurso de autocarro...onde na existência de paragens...uns saem...outros entram...e outros ficam...permanecem...em praticamente todo o percurso.





Um abraço meu que conduz também um brinde...





...a este grupo!

Os Amigos de Lisboa...


Bem, caros amigos, esta semana passou-se muito rapidamente. Ainda ontem foi 2ª feira e já é sábado. Em termos de trabalho, esta semana rendi pouco, quase que diria que não rendi nada, mas, em termos familiares foi muito bom, pois tive disponibilidade para estar mais tempo com os filhos, filhos estes, que crescem sem nunca parar. Levei-os à escola, ao futebol à dança e acompanhei os nos estudos. Foi nesta pequena tarefa, que relembrei "os Amigos de Lisboa", pois os meus filhos pediram-me ajuda para dar umas dicas no power-point que estavam a fazer para história.

Claro, que me vieram logo à cabeça os ensinamentos do Ulisses. Deixei-me rir, pois lembrei-me desses bons momentos que passamos juntos. E lá estive a transmitir-lhes algumas dicas (não mais que 8 linhas, nunca mais que 3 cores, tamanho igual ou superior a 32, ...), bons momentos.

O trabalho era sobre fósseis.......e ainda há pessoas que fossilizaram, não evoluíram, nem cresceram.....anda sempre um perto de nós.

Mas como dizia atrás, valeu a pena ter sido pai, mãe e cozinheiro, pois saudades que tinha de cozinhar cá para casa.

Hoje fiz para o jantar, um cremezinho de espargos selvagens, e uns filetes de peixe gato com cogumelos selvagens numa cama de legumes primavera. Ok, depois dou a receita.

E passou a semana, amanhã para os comuns dos mortais é sábado, ficar em casa e eu, começo a minha semana de trabalho. A ganhar força para dias 27, 28 e 29 para uma jornada de luta que se expecta difícil.

Já não estava convosco à alguns dias, mas estou em dia quer com as mensagens publicadas, quer com os comentários, vou assistindo a tudo.

No outro dia fui ao IBJC buscar o certificado e não tive a sorte de encontrar ninguém, fica para a próxima.

Bem amigos, por hoje já disse o que me ia na alma..

Beijos e abraços dentro das necessidades,

Jaime Afonso de MAtos

UMA CERTA NÓDOA

Se há coisa que me irrita são as chamadas nódoas que custam a saír. É o caso deste tal "xaviota"que nada tem a ver connosco e que apesar de não gostar do blogue, não há meio de nos largar.
Afinal, xaviota, o que é queres?
Não gostas de poesia.Não gostas de gente que curte amizade. Não gostas dos que não mudam de costumes(ou de princípios).Mas não passas disso.
A tua imaginação ficou por aí. Fazes lembrar um vírus de computador.Mas dos "fatelas".Daqueles que não destroem radicalmente, mas andam por ali a estragar.
E depois falta-te a coragem.Não dás a cara. Alcunhas-te de "xaviota".Coisa que não existe.Procurei...procurei e não encontrei significado para ela. O mais próximo que encontrei foi "xavi" que significa "enfiado", "envergonhado".Afinal, o que se calhar tu és.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

stTornamo-nos Mais Objectivos Depois de Reconhecermos a Nossa Subjectividade


Toda a arte da psicologia ou da ciência da psicologia, se lhe quisermos chamar assim, é baseada numa inversão do processo de objectividade. Não que não possamos tornar-nos objectivos, mas que apenas possamos tornar-nos objectivos depois de termos confrontado as nossas atitudes não objectivas, as nossas atitudes não racionais. Atingir uma objectividade honesta significa termos de saber quais os pontos da nossa natureza que são propensos a determinado preconceito, que parte de nós é defensiva, que parte de nós distorce o que ouvimos. E é necessária uma tremenda auto-honestidade para começar a remover essas distorções e a clarificar a nossa visão. De modo que só podemos atingir a objectividade depois de termos descoberto quais as áreas da nossa psique que não são objectivas.

Além disso, o reconhecimento básico da psicologia é que, lá bem no íntimo, a maior parte da nossa vida é desconhecida da mente consciente e que, quanto mais nos tornamos consciente dela, mais honestos e mais objectivos nos podemos tornar. Nós não vemos os outros com clareza, e o que obscurece a nossa visão são os preconceitos que a pessoa supostamente objectiva se recusa a reconhecer. Uma pessoa objectiva diria que não é responsável pela guerra, mas uma pessoa que sabe psicologia sabe que cada um de nós é responsável porque cada um de nós tem sempre uma área de hostilidade, que depois é projectada para hostilidades colectivas mais vastas.

Anais Nin, in "Fala Uma Mulher" rong>

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

AFINAL QUANTO VALEMOS?

O ser humano tem esta característica específica de criar raciocínios e associar ideias! Não quero dizer que seja exclusiva dos seres humanos, mas isso será uma discussão que está mais para os antropólogos, psicólogos sociais, sociólogos e quem sabe biólogos.
Tem essa característica de ter inventado signos, símbolos, que identificou com sons, e ao juntá-los criou sons mais complexos e palavras, donde surgiram frases, curtas e longas! Trabalhos escritos, com os quais discorreu filosoficamente enormes tratados. Com as palavras expressou sentimentos, transmitiu mensagens, descreveu imagens, e num nunca mais acabar de avanços tem em cada dia uma nova fronteira.
Elaborou conceitos que depois destruiu! Deu respostas a questões que colocou! Disse e desdisse ao que vinha, sem saber porque vinha! Reflectiu e desesperou! Aprendeu a dizer arado e pão, até descobriu pecado e perdão! Escreveu e reescreveu a história dos seus ancestrais! Apenas com três letras, em cada palavra (no português) firmou as expressões mais lindas: mãe, pai, paz!
Irmão, Amigo, Amor vieram das profundezas da sua sensibilidade. Como tudo isto parece perfeito num mundo de imperfeição, traçado a regra e esquadro pela injustiça, nesta viagem que é apenas passageira! Afinal o que valemos enquanto ser pensante?

(Caros amigos desculpem-me a filosofia da treta... mas todos os dias me questiono: afinal o que sou?)

Sentes , Pensas e Sabes que Pensas e Sentes

Sentes , Pensas e Sabes que Pensas e Sentes

Dizes-me: tu és mais alguma cousa
Que uma pedra ou uma planta.
Dizes-me: sentes, pensas e sabes
Que pensas e sentes.
Então as pedras escrevem versos?
Então as plantas têm idéias sobre o mundo?

Sim: há diferença.
Mas não é a diferença que encontras;
Porque o ter consciência não me obriga a ter teorias sobre as cousas:
Só me obriga a ser consciente.

Se sou mais que uma pedra ou uma planta? Não sei.
Sou diferente. Não sei o que é mais ou menos.

Ter consciência é mais que ter cor?
Pode ser e pode não ser.
Sei que é diferente apenas.
Ninguém pode provar que é mais que só diferente.

Sei que a pedra é a real, e que a planta existe.
Sei isto porque elas existem.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram.
Sei que sou real também.
Sei isto porque os meus sentidos mo mostram,
Embora com menos clareza que me mostram a pedra e a planta.
Não sei mais nada.

Sim, escrevo versos, e a pedra não escreve versos.
Sim, faço idéias sobre o mundo, e a planta nenhumas.
Mas é que as pedras não são poetas, são pedras;
E as plantas são plantas só, e não pensadores.
Tanto posso dizer que sou superior a elas por isto,

Como que sou inferior.
Mas não digo isso: digo da pedra, "é uma pedra",
Digo da planta, "é uma planta",
Digo de mim, "sou eu".
E não digo mais nada. Que mais há a dizer?

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos>

Enfermeiros em Greve novamente! PORQUÊ?

Discriminação?!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

LAÇOS .....GENEROSIDADE..

Num dia destes, chuvoso, como têm sidos os últimos, estava numa estação de comboios à espera do dito, que por acaso circulava com muito atraso, e de repente vejo chegar um invisual como um cão guia.
Ficaram perto de mim e o invisual, estava a falar ao telemóvel e oiço-o dizer :
- Pois está de chuva trouxe o chapéu mas esqueci-me da gabardine da Maria".
A Maria era o cão guia neste caso a cadela.
Observei-os e quando chegámos à estação de destino saíram pelo mesmo lado que eu e de repente vejo a Maria estancar, voltar para trás, voltar a entrar no comboio e sair do lado oposto, onde fica a ligação à estação do Metro.
Orientando o seu dono para a estação do Metro.
Como é que se ensina tudo isto a um cão?
Já tinha lido alguma coisa sobre os cães guia mas nessa noite fui à procura de mais informação.
Fiquei a saber que enquanto cachorros até um ano ficam com uma família de acolhimento e depois é que começam o treino para serem cães guia.
Perguntarão o que tem isto tudo a ver com amor/amizade/laços?
Tem tudo.
Os cães guia não custam nada aos invisuais e no decurso da sua formação há amor, amizade e são criados laços mas há sobretudo generosidade e nemhum sentimento de posse.
As famílias de acolhimento acolhem-nos generosamente sabendo que depois de um ano se vão ter de separar deles.
Os treinadores treinam-nos e vão ter de se afastas deles.Todo um percurso cheio de generosidade.
Será que o amor e amizade quando falham não é por falta de generosidade? Será que alguém dá sem esperar receber nada em troca?
É apenas mais uma achega para a nosso debate.

Um abraço do tamanho do Mundo para todos.
Ana Fernandes

PS- Que bom ver a tua mensagem Rui.

Epitáfio adiado

Estava eu a escrever a mensagem tumular para este blogue e eis que novos post são recebidos. Será o canto do cisne? O José Raposo, qual filho pródigo, faz um grande alarido porque "chegou finalmente". Com isso a Ana Fernandes fica super sensibilizada e conta a história do ceguinho e da sua cadela amiga e induz que, se fôssemos tod@s cães e cadelas, já não viveríamos num mundo cão.
Estou mais decepcionado com o mini-grupo do que anteriormente: agora acreditam na amizade e no amor DESINTERESSADOS. Já agora acreditem também na solidariedade, no Pai Natal, na sinceridade, na história dos 3 pastorinhos (dever-se-ia dizer "pastorinhas, porque eram maioria) e noutros disparates do género. Amizade e laços de amizade são conceitos ultrapassados, porque não correspondem a nada de objectivo. A dita amizade nunca é desinteressada, pois, no mínimo, corresponde a uma necessidade de afecto, logo já não é desinteressada. Quanto ao amor, pior ainda, porque responde a necessidades biológicas que todos conhecem e que não são exclusivo da espécie humana. A vida, ao contrário do que pretendem, é um negócio permanente que acaba sempre mal e em que só os mais espertos vingam. Winners and losers e está tudo dito.
Já que finalmente chegou, José Raposo, deixo-lhe um pensamento relacionado com o seu apelido:" Vulpes pilum mulat, non mores", isto é, a raposa muda de pelo, mas não de costumes.
Se não querem ser losers, acordem e deixem-se de poesia, pieguices e outras palermices.
Será que depois deste post vamos ter um blogue como deve ser?
Escusam de agradecer este humilde contributo.

FINALMENTE CHEGUEI

Palavra de honra que o tempo não dá para mais.
Andava para fazer o registo nesta coisa ha uma série de dias e não havia meio.
Então como vai o Dagoberto e o Malaquias?...Já sei!...Já estão a pensar que me esqueci de vocês.Então como vão os meus amigos?Os que vão aparecendo por aqui, já sei que estão bem.Pelo menos aparentam.E os outros? Os que nunca mais deram sinal de vida?Na minha opinião, não vão resistir muito tempo sem dizerem qualquer coisa.
Já vi que o blog tem muito peso poético.
Mas também serve de poiso para alguns paraquedistas...como aquele...já não me lembro o nome.Desculpa desiludir-te pá, mas já tens que contar com mais um.
Por agora não digo mais nada, porque falta-me o tempo.Depois volto a ligar.Um abraço para todos vocês.
Rui Raposo

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

AUSÊNCIA

Quando menos se espera uma partidinha para nos quebrar o ímpeto! Foi o que me aconteceu... durante uns quantos dias a internet não funcionou... ou funcionou mal ou então só funcionava a horas em que não podia vir aqui deixar o meu testemunho. Com isso deixei-me atrasar e até alguns dos textos que aqui foram sendo deixados para nós saborearmos como sabemos e queremos só os consegui ler agora.
Tanto quanto me apercebi estava em cima da mesa, um diálogo sobre as perspectivas (conceitos?) de amor e amizade. A Ana, a propósito de tal tema, trouxe aqueles excertos do Princepezinho que em poucas palavras diz sempre muito e por mais que queiramos ou não, nos toca profundamente, a não ser que sejamos insensíveis ou máquinas!
Não vou dizer muito mais por hoje, mas prometo voltar ao tema! Hoje só queria era dizer "olá" ainda aqui estou amigos e amigas... e como era hábito deixo-vos beijinhos e abraços, consoante o género

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

LAÇOS......

.....
" A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor ....Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenhos amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer....
- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa- - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas aos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é que é preciso fazer? - Perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência...."

Um abraço
Ana Fernandes

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

LAÇOS

Acabada de chegar de mais uma das minhas viagens ao Alentejo e após um dia cansativo mas muito compensador, cada vez gosto mais de ser dinamizadora de aprendizagens, e após o desafio do Nuno Paulo vamos debater:


"-Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho.- Estou tão triste....
- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Não estou presa....
- Ah! Então, desculpa! - disse o principezinho.
Mas pôs-se a pensar, a pensar e acabou por perguntar:
- O que é que "estar preso" quer dizer?
..........
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu - disse a raposa - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém."

"O Principezinho - Antoine de Saint-Exupery"

E o debate continua...amor / amizade

Um abraço
Ana Fernandes

LAÇOS

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

AMIZADE

AMIZADE

Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.


William Shakespeare

AMIG@S


Para os presentes e para os ausentes, até mesmo para o idiota, aqui ficam palavras do Eugénio de Andrade que considero especiais, porque me identifico com elas.

Os Amigos


Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham,
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria —
por mais amarga.

Eugénio de Andrade, in "Coração do Dia"

O Homem, esse incompleto.

Quando novos, têm tempo, têm força, mas falta o dinheiro.
Na meia idade, têm força, têm dinheiro, mas falta tempo.
Quando velhos, têm dinheiro, têm tempo, mas falta força.

(velhinha, mas a propósito do post de efernandes)

Se algum homem possuir os 3 elementos, não durará mais de um ano.
É como um grupo que eu cá sei...

(eu cá não sou xenófobo, mas para quê escritores brasileiros? Ainda por cima poetas e ainda mais por cima maus poetas. Se querem poesia, publiquem coisas do Vasco de Graça Moura, por exemplo, tão do agrado de efernandes).

Os Homens

Os homens bons, são feios.
Os homens bonitos, não são bons.
Os homens bonitos e bons, são gays.
Os homens bonitos, bons e heterossexuais, estão casados.
Os homens que não são bonitos, mas são bons, não têm dinheiro.
Os homens que não são bonitos, mas que são bons e com dinheiro, pensam que só estamos atrás de seu dinheiro.
Os homens bonitos, que não são bons e são heterossexuais, não acham que somos suficientemente bonitas.
Os homens que nos acham bonitas, que são heterossexuais, bons e têm dinheiro, são covardes.
Os homens que são bonitos, bons, têm dinheiro e graças a Deus são heterossexuais, são tímidos e NUNCA DÃO O PRIMEIRO PASSO!
Os homens que nunca dão o primeiro passo, automaticamente perdem o interesse em nós quando tomamos a iniciativa.
AGORA...
QUEM NESSE MUNDO ENTENDE OS HOMENS?

Moral da História:
" Homens são como um bom vinho. Todos começam como uvas, e é dever da mulher pisoteá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia pro jantar "

Vinícios de Moraes

domingo, 10 de janeiro de 2010

Saudade...sinceridade

Temos sempre algo a aprender, mas, ninguém aqui está para ensinar. O que faz um elo que liga um grupo é o mesmo elo que brinda as amizades...a simples partilha. De vivências, de sentires, de dúvidas ou angústias, mas também sorrisos e alegrias. O que aqui encontramos neste blogue, é uma forma de colmatar a saudade daqueles que um dia conhecemos nesta mesma forma, nestes mesmos parâmetros inseridos em valores tão humildes como a sinceridade. Saudade meus caros amigos...que é sempre algo de bom...pois deixou isso mesmo entre nós...saudade. Quem quiser aprender algo, que aprenda através da partilha. Dá...e a ti voltará alguém disse um dia. Venho aqui tal como aqui foi já descrito por alguém antes de mim... Venho aqui por vocês e também por mim. E se querem mesmo saber, posso mesmo aqui chegar sem qualquer poesia, prosa, verso ou rima...depressa as encontro...nas palavras que amavelmente aqui deixam, todos os que contribuem para que possamos crescer...em pessoa. Para mim são mimos...pois será sempre sob um pano de fundo constante...o que aqui se escreve....saudade!

Um abraço a todos

SEM CENSURA

Depois de dois dias de forte constipação, voltei ao nosso blogue, no intuito de ler as mensagens que iam chegando a este nosso cantinho, criado para dissipar distâncias e manter acesa a chama da amizade que construímos no trabalho! Com efeito foi a trabalhar que ela se edificou e será no trabalho que irá permanecer e aumentar! Eis que dou com alguns "recados" que achei pouco ou nada apropriados! Nesse caso, peço a palavra....
Quando a conduta se pauta por uma insanidade militante de ser contra tudo e contra todos, há qualquer coisa que não está bem! Porque aparentemente qualquer ser humano tem os seus interesses e logo não pode estar contra tudo! Do mesmo modo tendo relações pessoais ainda, que muito frias elas sejam, também não pode estar contra todos!
O discordar é um direito que assiste a qualquer um, na mesma medida que a cortesia para com o nosso semelhante é um modo integro de viver em sociedade. O não estar de acordo pode e deve constituir um método para elevar o debate, expondo ideias contrárias ou então fundamentar adequadamente a nossa oposição às outras! Este é um espaço sem censura, o que não quer dizer que aqui se despejem todo o tipo de "parvoíces"!
O senhor Xaviota, que até parece pessoa de um nível cultural bastante acima da média, não fez nada disso! Cingiu-se a querer ser Juiz num assunto que não conhece! Foi bem recebido porque aqueles que fazem parte deste grupo são pessoas que não discriminam nem se consideram uma elite... aliás talvez sejam elitistas desta amizade que os une! E não vale a pena vir para aqui mandar "bojardas" do tipo que o grupo não existe... porque não consegue levar nada! Somos o que somos e somos porque queremos ser, amigos que durante meses criámos laços que são muito mais fortes que algumas desconfianças iniciais poderiam ter sido!
Dizer que A ou B foi um traidor é muito fácil quando o próprio já não existe, ou então está ausente, para se defender! Aliás traidores serão só aqueles que não respeitam os seus próprios princípios e nesse caso esse epíteto caberá mais ao próprio Xaviota que dizendo que vinha por amizade e satisfação de querer contribuir... tem apenas aproveitado a cordialidade dos autores e subscritores deste blogue para expor a sua "diarreia" de maldecências!
Por mim poderá continuar a visitar-nos e certamente não aprenderá nada connosco pois não temos nada a ensinar, mas certamente o "senhor Xaviota" tem muito a aprender, desde logo as regras da boa educação... pois não se vai desancar o dono da casa que nos convidou para partilhar uns momentos de conversa!

SEM COMENTÁRIOS......

Desastre

Ele ia numa maca, em ânsias, contrafeito,
Soltando fundos ais e trêmulos queixumes;
Caíra dum andaime e dera com o peito,
Pesada e secamente, em cima duns tapumes.

A brisa que balouça as árvores das praças,
Como uma mãe erguia ao leito os cortinados,
E dentro eu divisei o ungido das desgraças,
Trazendo em sangue negro os membros ensopados.

Um preto, que sustinha o peso dum varal,
Chorava ao murmurar-lhe: "Homem não desfaleça!"
E um lenço esfarrapado em volta da cabeça,
Talvez lhe aumentasse a febre cerebral.

.......................................................................

Findara honrosamente. As lutas, afinal,
Deixavam repousar essa criança escrava,
E a gente da província, atônita, exclamava:
"Que providências! Deus! Lá vai para o hospital!"

Por onde o morto passa há grupos, murmurinhos;
Mornas essências vêm duma perfumaria,
E cheira a peixe frito um armazém de vinhos,
Numa travessa escura em que não entra o dia!

Um fidalgote brada e duas prostitutas:
"Que espantos! Um rapaz servente de pedreiro!"
Bisonhos, devagar, passeiam uns recrutas
E conta-se o que foi na loja dum barbeiro.

Era enjeitado, o pobre. E, para não morrer,
De bagas de suor tinha uma vida cheia;
Levava a um quarto andar cochos de cal e areia,
Não conhecera os pais, nem aprendera a ler.

.......................................................................

O mísero a doença, as privações cruéis
Soubera repelir - ataques desumanos!
Chamavam-lhe garoto! E apenas com seis anos
Andara a apregoar diários de dez-réis.

Anoitecera então. O féretro sinistro
Cruzou com um coupé seguido dum correio,
E um democrata disse: "Aonde irás, ministro!
Comprar um eleitor? Adormecer num seio"?

E eu tive uma suspeita. Aquele cavalheiro,
- Conservador, que esmaga o povo com impostos -,
Mandava arremessar - que gozo! estar solteiro! -
Os filhos naturais à roda dos expostos...

Cesário Verde, in 'O Livro de Cesário Verde'm>

PS - Quem diria que ainda hoje acontecem destes acidentes....que ainda há tanto caminho a percorrer!!!!!

Um abraço e bom domingo
Ana Fernandes

Sem comentários...

Hoje decidi perder tempo.
Há pessoas que quase me conseguem fazer passar do sério, mas.....Não , ainda não é desta.
Não sei quem é a prenda, mas se calhar é uma daquelas que como ninguém quer receber no Natal, sobrou e por isso, anda por aí.

Sei respeitar as diferenças, tenho amigos de vários quadrantes políticos, clubistas, raças e com orientações sexuais diferentes da minha, de quem me orgulho muito, mas realmente aquilo que não suporto são pessoas mesquinhas, que se escondem por detrás de um qualquer "nome", que ninguém sabe quem são e, se calhar não são mesmo ninguém, e que sem respeito pelos outros, entram a cantar papaias debaixo de um escudo, que deixem que lhes diga, não abona nada a favor.

Há várias coisas na vida que me merecem consideração e que me fazem "perder", ganhando tempo, os amigos. O que realmente não consigo arranjar tempo é para algumas palhaçadas que têm como objectivo querem difamar ou "amachucar" pessoas que considero de bem e com grande integridade psiquíca, mental e social.

Assim, para aqueles que se mantêm na sua redoma de cristal a assobiar para o alto, desculpem, mas já dei. Por isso, caros amigos e amigas continuemos nas nossa conversa e divagações juntas e sentidas.
Ana, que continuem os poemas pois ajudam a reflectir e a encontra um caminho.

P.S.
Não sou adepto de SPAs, mas comprimidos para a azia, tomo como profiláticos à incompetência e à falta de sensatez.
e já agora, ....

"maior pecado para com os nossos semelhantes, não é odiá-los mas sim tratá-los com indiferença; é a essência da desumanidade".George Bernard Shaw

Sem comentários...
beijos e abraços, dentro das necessidades,
jaime afonso de matos

sábado, 9 de janeiro de 2010

Individualismo e convicções.......

Hoje acordei com um poema da Sofia de Mello Breyner que não me sai da cabeça e porquê? - porque ontem aconteceu-me um episódio que me fez ficar a pensar até que ponto é que o nosso individualismo se sobrepõe, por vezes, às nossas convicções.

- Primeiro tenho de referir que ontem eu sentia-me doente porque estava com uma forte dor de dentes e só pensava em chegar a casa e tomar um daqueles comprimidos que nos tiram as dores mas nos poem a dormir.

Mas eu conto:

Sexta feira quase seis e meia da tarde Lisboa - Rua 1º de Dezembro:

- Uma mulher daquelas que não comseguimos identificar a idade aborda-me para eu lhe dar dinheiro ou alguma coisa para comer.
Paro, e reparo que tem a tradicional bagagem dos sem abrigo, mas devidamente acondicionada e que tem, também, um cão vestido com uma capinha de fazenda.

Dou-lhe algumas moedas e peço-lhe para não ter o cão na rua ao frio. Estava muito, mas mesmo muito frio.

Resposta dela - mas eu também vivo na rua, vivemos os dois. - e dispõe-se a contar-me a sua história.

O que é que eu fiz?

Ouvi-a um bocadinho e depois cortei-lhe a palavra e disse-lhe que tinha de apanhar o comboio, que me contava o resto, da sua história, para a próxima.

Durante a viagem senti-me mal comigo. Comboios para apanhar há muitos mas se calhar oportunidades para aquela sem abrigo se deixar ouvir há poucas.

Bom, amigos já desabafei e deixo-vos o poema a que me referi e espero que aquela sem abrigo, tenha conseguido as moedas suficientes para uma refeição quente.

As pessoas sensíveis

As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas

O dinheiro cheira a pobre e cheira
Á roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra

"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão."

Ó vendilhões do templo
Ó construtores
das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem

Sofia de Mello Breyner
(Livro sexto)

Um abraço
Ana Fernandes

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ANTES QUE SEJA TARDE

Antes que Seja Tarde

Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha,
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.

Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"


Nota . Caro amigo Xaviota não é para o provocar. É apenas para partilhar.

Um abraço
Ana Fernandes

A minha Liberdade

Olá minha gente, meus amigos.

Apesar de escrever pouco, não que seja tímido,..., mas o tempo não tem ajudado, quase todos os dias, tenho vindo ver/ler o nosso "Dagoberto e Malaquias, Poetas e Companhias".
Como nem só de poemas vive o bloggue, um dos outros que alguém não conhece, sou eu, e prefiro escrever em texto corrido que em prosa, mas gosto poesia, e, principalmente de ler as que são colocadas aqui quer pela Ana, pelo Virgílio, o Luís, o E Fernandes, o Farelhão ou, por outro qualquer, pois é poesia com gosto, com sensibilidade, aquela que é sentida e para nós que nos conhecemos, vivida.
Como disse atrás, venho regularmente sentir o nosso cantinho e cada vez que sinto saudades venho.
Desde pequenino que me ensinaram que a minha Liberdade acaba na Liberdade dos outros e que um pouquinho de educação nunca fez mal a ninguém.

Ora qual a minha surpresa quando ao ler os comentários, vejo um "Xaviota" a comentar sem qualquer, desculpe que diga, sem qualquer princípio de ética, porque apresenta um tom irónico, comentar, algo que ele não conheceu. Não conheceu as pessoas, não conheceu os momentos, não conheceu as vivências, não conheceu as lágrimas, não conheceu as realidades, não conheceu os sorrisos, as vitórias, as tristezas, as partidas, mas acima de tudo, não conhece cada um de nós.
Assim, se calhar, digo se calhar, deveria antes de mais tentar perceber como são as pessoas, qual o objectivo do bloggue, quem seria o Dagoberto e o Malaquias. Perguntar ao amigo?.
Costumo partilhar a opinião que o Amigo do meu Amigo é meu Amigo.
Assim, Xaviota, com todo o respeito que queira merecer, não seja assim, pois as pessoas assim, não são felizes e encharcam-se de ansióliticos, pois só com "ajuda", conseguem ver o mundo de uma forma correcta.
Passe bem Xaviota que nós (eu - Jaime) passo bem sem você.

P.S. Se quiser comer uma boa sardinhada, apareça lá por Peniche...

De que serve a bondade, quando os bondosos são logo abatidos, ou são abatidos aqueles para quem foram bondosos? De que serve a liberdade, quando os livres têm que viver entre os não-livres? De que serve a razão, quando só a sem-razão arranja a comida de que cada um precisa? Bertold Brecht

Beijos e abraços, dentro das necessidades,
Jaime Afonso de MAtos

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

E a poesia continua.....José Régio

Meu caro amigo Xaviota, aqui lhe deixo um dos meus poemas preferidos.
Como é extenso já tem muito para "comentar":


Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'

Um abraço
Ana Fernandes

"UM INTRUSO" BEM-VINDO

Ora caros amigos, estavámos ainda embalados daquela época natalícia e de fim-de-ano que gera sempre um fenómeno psicológico de afanada movimentação, quando se deu a surpresa! Ou é ir para junto da família ou aguardar que a família venha para junto de nós, são as prendas ou os votos de boas festas que nos ocupam esses dias, e deixamo-nos envolver num género de casulo hermético das nossas relações mais próximas e não esperamos novidades!
Mas não, desta feita algo de novo aconteceu e tivemos a visita de "um intruso" (Xaviota - o contestatário da poesia). Que seja bem-vindo e partilhe connosco as preocupações da vida, seja em texto corrido (prosa) seja na forma poética. Porque poesia é vida! A poesia não são só coisas bonitas, por vezes é a denuncia clara dos que sofrem... dos que não têm pão... dos que não têm paz... dos que não têm um canto para dormir!
Zeca Afonso, Ary dos Santos, Vinicius... Camões, Natália, Florbela... puseram tanto da sua dor e da dor dos outros nos seus poemas!
A este "intruso" agradeço a sua frontalidade, porque a poesia não serve para nada, a não ser para provar que a estrutura das coisas ultrapassa a sua própria forma e atingem dimensões que não eram previsíveis. Neste caso a poesia afectou a calma vivência do nosso estimado Xaviota que segundo parece não a detesta assim tanto! Seja Bem-vindo!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Poesia...

Poesia, pode ser imensas coisas...sonhos de um alguém, vontades de mentes que se libertam pelos cantos de vidas... Poesia, está onde quisermos que ela esteja, poesia é talvez colorir um pouco o cinzento diário, ou acinzentar o colorido diário da monotonia...não sei... Mas sei que não sou capaz de fazer poesia...sou sim...capaz de colocar um sentimento numa palavra, ou em algumas palavras... Se será isso considerado poesia?...deixo, para quem escrevo, ou para quem quiser aceitar uma palavra minha, pois que aceite, que ofereça ou dê...serão suas...desde o momento em que foram aceites...

um mimo...que aqui fica...

A poesia existirá...sempre que um texto for mais que isso...sempre que uma palavra for algo mais...sempre...que quisermos ser comletamente livres...e aceites como tal...

Bjinho para ti Ana, que te vi hoje...e ti vi "bem", fiquei e fico, imensamente contente. Abraço para os restantes em especial para a poesia deixada pelo Xaviota :)

As palavras......

Não queria despedir-me sem dizer que hoje foi um dia e tanto pois além de rever o Luís também revi o Avelino, e o Ulisses.

Agora é que é. Um abraço até amanhã.

Ana Fernandes

As palavras...

As palavras

Meu caro amigo Xaviota,

Permita-me que o trate assim. Não percebo a sua indignação, senão gosta de poesia paciência. Tem bom remédio não a leia.

É evidente que a poesia não lhe paga a renda da casa nem o IRS em atraso, mas os poetas não são menos cidadãos que os outros senão atente neste texto de um poeta:

"Coimbra 16 de Maio de 1993 - Continua o tráfego de consciências na feira política nacional. Compram-se e vendem-se convicções por todos os preços. Os jornais denunciam, o povo comenta, mas no dia seguinte chega a notícia de nova transacção.
Depois de quase meio século de ditadura, o país, mal refeito do pesadelo passado, agoniza sobre nova opressão, ainda mais tenebrosa. A arbitrariedade e a perversão policial de outrora deram lugar ao terrorismo de Estado........"

Miguel Torga - Diário VXI


-Meu caro amigo já reparou na actualidade deste texto escrito por um poeta?

E antes que me "desanque" por causa de eu só citar Miguel Torga, senão sabe fica a saber que sou transmontana e neta de transmontanos e minhotos..... e que a culpa da minha actual "dependência" de Miguel Torga é de uma certa Mesa 6, que por causa da poesia me fez querer voltar a ler, ou melhor reler, Miguel Torga.

Se me permite dou-lhe um conselho se não gosta de poesia, não leia poesia, mas leia, leia prosa , vai ver que se sente outro.

Par terminar, o seu amigo não o enganou, este grupo é mesmo especial. Hoje tive uma grande alegria, à hora de almoço, encontrei o Luís, claro que não sabe quem é o Luís, olhe, resumindo, é outro dos poetas do grupo, que por acaso mora em Castelo Branco, que alegria reencontrá-lo em Lisboa e que bem que me soube aquele abraço.

Vá anime-se a vida não é só chatices...

Um abraço
Ana Fernandes

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

FECHOU PARA BALANÇO?

Não sei porquê mas esta malta perdeu-se no final do Ano! Tudo calmo, tudo manso, será ressaca ou isto fechou para balanço?
É que nem Malaquias, nem Daboberto, nem as companhias... aqui por perto!
É do frio, estou certo!
Por agora também é só uma espreitadela...nem abro a cancela!
Sem mais me despeço... amanhã não posso... mas depois, apareço!
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Estava eu em cuidado... mas o meu computador é que estava marado! Eu julgava-os ausentes e afinal estavam presentes! E quanto à poesia "A poesia é a mais singela arte dos escravos do pensamento" e "penso logo existo"! A POESIA ESTÁ NA RUA

ATÉ QUE ENFIM......

Até que enfim que apareceu "alguém" a dar luta.
Deixem-se ouvir foi o título da minha mensagem anterior,não era bem isto que eu estava à espera....... e, embora não querendo alinhar em provocações aqui fica:

UM POEMA

Não tenhas medo, ouve:
É um poema.
Um misto de coração e de feitiço....
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar,
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz.

Miguel Torga - Diário XIII

Abraços
Ana Fernandes

Poesia para quê?

Gostava que alguém me dissesse para que serve a poesia. Será para sonhar acordado? Será para ajudar à auto-comiseração? Para catarses a mentes deprimidas? Para quê?
A poesia é coisa de gente pequena para parecer grande. E basta ver isto: se acabasse a poesia e os poetas, a humanidade perderia alguma coisa? NADA!
"Alma minha, gentil, que te partiste..." e daí? Morreu, morreu, pronto. "Batem leve, levemente, como quem chama por mim..." e depois? Mais valia que pusesse uma campainha na porta.
- "O Eugénio de Andrade é um grande poeta". Isto só dá para rir. Primeiro o nome é um disfarce, segundo ele nada tem de grande e terceiro, sendo poeta, não faz nada, porque a poesia não serve para nada. NADA!
Acabem com a poesia de uma vez por todas. Pior que poesia só filmes do Manoel d'Oliveira e livros da Agustina Bessa-Luís. E quadros da Paula Rego? Um nojo. E textos do Vasco Graça Moura? Vómitos.
Morte à poesia. PIM.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Deixem-se ouvir - VOZ ACTIVA

Já começamos a ser mais....

VOZ ACTIVA

Canta poeta, canta!
Violenta o silêncio conformado.
Cega com outra luz a luz do dia.
Desassossega o mundo sossegado.
Ensina a cada alma a sua rebeldia.

Miguel Torga - Diário XIII



Um abraço para todos.
Ana Fernandes

O mundo pula e avança...

Amigos ...Malaquianos/as
Já entrámos em 2010... um ano difícil, dizem...e digo eu, pode ser magnífico, se fizermos por isso. Uma oportunidade se abre à nossa frente... Ano de luta contra a pobreza... Prefiro dizer de luta - principal - pl emprego... com amizade solidária, em acto, aqui e ali, com todos - especialmente os mais pobres... e com visualização criativa para q o nosso sonho se vá realizando dia a dia,..
A "bola colorida nas mãos duma criança"...da Pedra Filosofal...tem de ser empurrada por nós, pq embora pesada, contem coisas maravilhosas... afirmação, abertura, amizade, alegria, acolhimento, animação... e luz,
luta, libertação, ligação entre nós...
Vou fazer por isso... aqui onde estou e noutros lugares...sábado que vem... nos dias a seguir. Conto c a vossa amizade... aí onde estão, vão mandar energia p mim e p todos... Essa corrente de energia faz energia
Ave Pinto

sábado, 2 de janeiro de 2010

ESPERANÇA


ESPERANÇA

Quero que sejas
A última palavra
Da minha boca.
A mortalha de sol
Que me cubra e resuma.
Mas como à despedida só há bruma
No entendimento,
E o próprio alento
Atraiçoa a vontade,
Grito agora o teu nome aos qautros ventos.
Juro-te enqaunto posso lealdade
Por toda a vida e em todos os momentos.

Miguel Torga - Diário X


Ano Novo...palavras antigas

Será mesmo assim? Ano Novo, palavras antigas?... Talvez o sejam, mas então que pode existir de novo se se tratam de palavras antigas? Eu diria que no inicio de qualquer ano, começamos por traçar metas, iedaliza-mo-las e traça-mo-las à nossa medida, emebebê-mo-las em esperanças e quereres de acordo com a prespectiva de algo positivo e bom nos alcance. Penso que as palavras serão as mesmas ano após ano, seguí-las, vestí-las, com mais primor, rigor, atenção, querer...é que provavelmente fará e constituirá a diferença. O Ano Novo já nos abraçou, quer o queiramos aceitar quer não...e o melhor que podemos fazer é olhar para a vida com o carácter que ela tem...temporário, célero, cintilante...e assim é para que possamos todos aprender a valorizar o que nos rodeia...amigos...família...tudo aquilo que manifesta beleza e que passa despercebido na azáfama do quotidiano. Sinto já falta, saudade, quando olho para o ano anterior onde caí no meio de individuos que souberam oferecer amizade vinda do nada...sinto saudade de vocês... O tempo não volta atrás, tudo se encaminha com um passo após outro...e neste ano que ainda demonstra a timidez do recente...gostaria que todos vós tivessem, não tudo de bom porque isso é irreal e ilusório, mas sim muitos mais momentos, de sorrisos de felicidade...de sorrisos de criança...


Um abraço para todos vós...


É assim que gostaria que fosse (seja) o vosso 2010!

VIVA A VIDA - CONVITE

CONVITE

Vamos, ressuscitados, colher flores!
Flores de giesta e tojo, oiro sem preço...
Vamos àquele cabeço
Engrinaldar a esperança!
Temos a primavera na lembrança;
Temos calor no corpo entorpecido;
Vamos! Depressa!
A vida recomeça!
A seiva acorda, nada está perdido!

Miguel Torga - Dário IX

Passeio BTT Aboboreiras