quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Abraço...


Abraço...

É demonstração de afecto
Carinho e muito amor
É saudade e lágrima
Mas também o calor

Abraço é amar
É querer aconchego
É sentir um amigo
Com todo o seu apego

Podemos abraçar
Uma causa uma pessoa
Abraço é abraço
É cingir e cercar
É não sentir espaço

Abraçar uma causa
É o que nos faz sentir
Que quem luta acredita
E nunca deve desistir

Abraçar uma criança
Transmitir-lhe carinho
É dizer-lhe com os braços
Que nunca estará sozinho

Abraçar um amigo
Com toda a fraternidade
E como dizer estou aqui!
Para a toda a eternidade

Abraçar um amor
Com toda a compreensão
É desatar todos os nós
E fazer um laço de união

Vamos assim abraçar
Uma criança, uma causa
Um amigo e o nosso amor?
Custa tão pouco abraçar...
Acreditem não dá dor!

"Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de deitar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes!"

Então, vamos lá! ….

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SEGREDOS DO DESTINO (II)

Naquela manhã de Santo António a Maria Esperança acordou meia tristonha.
Estava assim a modos que desalentada.
Pensou:
"Hoje acordei virada do avesso"
Não tinha preocupações de maior, os filhos estavam criados, e graças a Deus
tinham a sua vida organizada.
A sua reforma não era grande mas tinha-se reformado, ainda, a tempo.
Lembrou-se que era dia de Santo António e que a sua rua ia ficar virada do avesso,
também.
Sorriu, e lembrou-se da agitação de anteriores noites de Santo António, lembrou-se
do seu marido e pensou que o tempo não apaga a dor. Há dias melhores e dias em que
a saudade aperta mais.
Bom pensou ela:
- Vou ligar à minha filha a ver se ela quer cá vir jantar e depois vamos a duas dar
uma volta pelo bairro.
Se bem o pensou melhor o fez.
Mas se já não estava bem pior ficou, a sua Ana já tinha programa combinado.
Disse-lhe que não dava mas para ela ficar descansada que no domingo iria lá jantar.
Não lhe levou a mal mas não lhe apetecia nada passar a noite de Santo António, mais uma vez sózinha, à janela a ver os jovens a passar.

SEGREDOS DO DESTINO (I)

Aceito o repto, duas a três escritas por semana. Tomei a ousadia de já atribuir um título "Segredos do Destino". Se houver melhor proposta... avante com ela! Para já vou começar:
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Viviam, e conheciam-se há muitos anos, no mesmo bairro típico lisboeta! Andavam pelos 60 e poucos anos, eram compadres... e ambos viúvos, a Maria Esperança e o Joaquim Infortúnio. Enviuvaram pela mesma altura, ela perdeu o marido num acidente de automóvel, e ele perdeu a mulher em situação idêntica. O marido da Maria Esperança fora à terra (na província) há cerca de dez anos e no regresso despistou-se por causa da geada, perdeu o controlo do carro... e iniciou outra viagem! A mulher do Joaquim ia descansada pelo passeio, depois de ir às compras e foi abalroada por um indivíduo que nem se preocupou em saber como ela tinha ficado. Foi há oito anos!
Maria Esperança, desempenada e de bons dotes físicos ainda sonhava encontrar um companheiro para o resto da vida, pois se a felicidade a tinha acompanhado no casamento, certamente voltaria a encontrar um homem que não a desiludisse. Joaquim Infortúnio, passava o dia a pensar na sua desdita, a mulher fora sempre muito doente e apesar de ser boa dona de casa e boa mãe, não havia dia que não o fizesse ir a correr para a farmácia: "Coitadinha até na morte foi infeliz"!
Um dos rapazes da Maria era casado com uma filha do Joaquim, e tinham um casalinho todo vivaço entre os três e os cinco anos, viviam em França que lhes dava para ganharem alguma coisa de jeito. Quando vinham de férias, desafiavam os dois a segui-los até à terra do Astérix, mas ali continuavam teimosamente naquele bairro, separados por cinco portas! Irredutíveis também eles eram uns resistentes!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Desafio ou.....

Viva,

Vou-vos lançar um desafio, vamos escrever uma texto, uma história, a vários mãos.

Se cada um de nós escrever cinco ou seis linhas não custará nada.

Adianto ou melhor proponho para começar dois personagens: A D. Maria Esperança e o Snr. Joaquim Infortúnio.


Quem começa?

Abraços
Ana

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A História do Ratinho

Citando o Virgilio:

" Os direitos existem para ser exercidos na sua plenitude e não apenas quando nos interessa, ou quando quem está no poder é um adversário político."



Citando Miguel Torga (Diário -11/1964):

- Sim vivemos na ambiguidade. Mas é preciso distinguir a que nos é imposta da que escolhemos por cálculo"


Passados 36 anos do 25 de Abril ainda é preciso coragem para lutarmos por aquilo em que acreditamos, tanta ambiguidade, tanto faz de conta, tanto deixa andar... os outros que resolvam,.... não te envolvas que te prejudicas.... não reclames que te prejudicas .. enfim.... tanta .... tanta hiprocrisia.... tanto jogo de interesses, tanta desistência..... tantas cedências....tanto Abril por cumprir.


Abraços
Ana

A HISTÓRIA DO RATINHO

Parece que o tempo está a mudar! Hoje o dia foi muito cinzento, mas amanhã promete ser mais animado, pelo menos para os lado de S. Bento. Uma vigília do STAL, às portas do primeiro-ministro, ali para fazer eco do descontentamento dos trabalhadores da administração local.
Muita gente julga todo esse esforço não tem qualquer valor e que é inconsequente a participação dos diversos sindicatos neste tipo de iniciativas. Mas ainda que não se vejam frutos no imediato, eles irão de certo modo aparecer. Bem pior seria não fazer valer os nossos direitos, pois estou em crer que muitos dos que nos retiraram, só o fizeram porque não eram exercidos por todos com a frequência que deveria ser.
Aliás é mais ou menos o que se passa com a história do ratinho... se todos os animais se tivessem preocupado com a existência da ratoeira... não teriam caído "na ratoeira"! Os direitos existem para ser exercidos na sua plenitude e não apenas quando nos interessa, ou quando quem está no poder é um adversário político. Tenho por hábito, dizer (e também praticar) que sou um grevista militante, pois antes de ser filiado em qualquer partido, já era trabalhador e como tal um direito que me assiste é o direito à greve, como tal faço-as sempre. E para não deixar aqui mentiras, devo dizer que só falhei uma porque nesse dia tinha uma frequência no ISCSP e não havia greve dos professores... foi a excepção à regra!
O ratinho é que tinha razão... até à próxima!

O problema de um é problema de todos

Viva Egidio gostei muito.

Há muito tempo que não lia nada tão actual e ao mesmo tempo tão ternurento.

O problema é que a natureza humana só olha para o próprio umbigo.

A semana passada ia-me "passando" estava num local público e alguém em voz alta, dizia que se fosse governo acabava com o subsidio de desemprego porque se o subsidio não existisse as pessoas procuravam emprego, como se os empregos fossem de geração espontânea, estão ali ao virar da esquina, como se fosse uma questão apenas de vontade própria.

Deu-me vontade de lhe chamar de estúpido para cima, mas contive-me.

Pobres ignorantes que nem sabem que todos os meses nos descontos, que nós fazemos, para da Segurança Social, uma parte se destina ao Fundo de Desemprego e que anteriormente esse fundo estava separado e que só posteriormente foi agregado.

Enfim... perdoai- lhes senhor porque não sabem do que falam

Beijos
Ana

A Lição do Ratinho

Uma excelente fábula para ser divulgada principalmente em grupos de trabalho
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida q haveria ali. Ao descobrir q era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!
A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo q isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
- O que? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira...

Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.

A mulher do fazendeiro correu para ver o que a ratoeira havia pegado.

No escuro, ela não viu q a ratoeira havia pegado a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher...
O fazendeiro levou-a imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.

Todo mundo sabe q para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha.
O fazendeiro pegou no seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou por morrer.
Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

Moral da História:

Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco.

O problema de um é problema de todos!

'Nós aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a conviver como irmãos.
 
Que comentários obter de vós?
Beijos e Abraços do Egídio

domingo, 22 de agosto de 2010

Domingos.......memórias

Não sei, não consigo achar graça a comer na cozinha, vem isto a propósito dos domingos e das memórias do passado.

As casas onde vivi em pequena tinham cozinhas exíguas e quase não dava para comermos todos ao mesmo tempo,havia uma mesa com abas e, era uma atrapalhação.

Quando os meus pais puderam ter uma casa maior, aos domingos, passámos a fazer as refeições na sala de jantar e aí sim eu sentia que as refeições eram para conviver.

Os domingos tinham certos rituais. Era vestir uma roupa melhor, era ir dar um passeio até Belém de vez em qaundo, era almoçar e jantar na sala....era estar mais em família, era não ter escola.....era ...sei lá eu mais o quê.

Desde que tenho a minha casa e já lã vão muitos anos, nunca fiz uma refeição na cozinha...nem o pequeno almoço.

Um abraço
Ana

PS - Vá lá não têm memórias para partilhar?

sábado, 21 de agosto de 2010

Roupa de domingo....

Um dia destes estava a trabalhar com a televisão ligada e ouvi este desabafo de uma desempregada:

" Não tinha filhos, ganhava acima da média, pensava que tinha um emprego para sempre e agora, dependo da minha mãe.... não compro roupa, a que tinha fui-a usando e tenho uma melhor, de parte, para ir às entrevistas de emprego, é como se fosse a roupa de domingo."

Parei de trabalhar ouvi o programa até ao fim e pensei que há muito tempo não ouvia essa expressão. Expressão que se usava, e muito, na minha infância.

Os da minha geração, os que nasceram nos anos cinquenta lembram-se que usávamos bata na escola, desde a primária até ao fim do liceu, e que não tinhamos luxos nenhuns.

Compravam-nos um par de sapatos no inico do inverno e outro no verão e quando havia dinheiro tínhamos direito a roupa nova. Ninguém se chateava de herdar roupa dos irmãos mais velhos...e tínhamos uma roupa melhor para os domingos.

Contavam-se pelos dedos da mão os que continuavam a estudar após a quarta classe e o destino estava traçado.

Os que continuavam a estudar, mas sem muitas posses iam para as escolas técnicas, para terem uma ferramenta para começarem a trabalhar mal acabassem o curso comercial/industrial, com qauinze/ dezasseis anos, os com dinheiro iam para o liceu.

Os pais diziam que se quisessemos estudar mais já era connosco!!!

As opções para distracções eram poucas e o tempo para estudar, aqueles que de nós podiam, era muito.

Lia-se muito, eu e as minhas irmãs, pelo menos, não porque os nossos pais tivessem dinheiro para comprar livros mas porque existia a biblioteca de turma e ouvia-se muita "telefonia" e conversava-se muito mais do que se conversa hoje.

Ia-se de longe em longe à matiné ver um filme e era um acontecimento ir ao cinema.

Não, não estou saudosista, estou indignada>/revoltada porque acabei de ouvir, na televisão, o discurso do Snr Primeiro Ministro e segundo ele estamos na maior. O desemprego já era está a baixar tanto que qualquer dia é negativo!!!!!!

Não há pior cego do que o que não quer ver.

Não há ninguém que não tenha alguém de família desempregado e parece que ter emprego no nosso País é uma questão de sorte e não um direito.

Voltámos aos tempos em que a competência de nada vale sem conhecimentos..........e estamos na maior!!!!!!

Abraços
Ana






ATÉ SENTI ARREPIOS

Claro que não foi em razão da temperatura, que o calor este ano não tem faltado. Foi por ver aqui o "Cântico Negro" do José Régio, para mim um dos mais belos poemas que alguma vez li, e que de certo modo contribuiu para a minha afirmação como pessoa. A primeira vez que o li tinha entre os 13 e 14 anos, naquela fase logo a seguir ao 25 de Abril de 1974.
Foi como se de um além qualquer que estava para lá do meu alcance e da minha vista uma voz me dissesse que nunca me deveria deixar sujeitar àquilo que os outros queriam. É certo a época em questão também era propícia a uma certa rebelião e rebeldia quanto aos ditames que uma sociedade conservadora, e disfarçada no ambiente revolucionário, nos queria impor!
Não foi o meu "gripo de Ipiranga", por um lado porque ainda era relativamente novo, e depois porque não era da minha lavra, mas era o "grito de Ipiranga" que eu precisava de ouvir, para me definir como pessoa e quanto aos objectivos que queria para a vida. O "Cântico Negro" foi como uma cartilha que me abriu os caminhos da reflexão, uma aula de filosofia em que todas as dúvidas eram possíveis, mesmo as menos correctas! É certo que na maior parte das vezes não tive grandes razões de alegria por tentar segui-lo... mas ainda assim não o abandono...porque ele é "como um facho (nada de segundas interpretações) a arder na noite escura"!
Obrigado Ana, por o trazeres aqui. Exactamente por isso eu senti um arrepio enorme, como que a dizer-me que a rebeldia tem de continuar a fazer parte da minha realidade. Este é o único poema que sempre declamei quando sou convidado a ir declamar poesia!

Cântico Negro

Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio - Poemas de Deus e do Diabo

Bom sábado
Abraços
Ana

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

E se....e se .......

Apesar de estar de férias tenho tido mil e uma coisas para tratar, mas hoje começei a pensar e se, e se.... tirasse o dia para mim?

Foi o que fiz resolvi fazer um programa com a minha filha mais nova,fomos às compras e ao cinema.

Fui a uma estreia. Fui ver o filme Cartas para Julieta. Gostei tem uma história simples e uma bela fotografia e uma excelente actriz Vanessa Redgrave e uns jovens actores que prometem.

Mas não dá, por muito que eu queira não consigo abstrair-me do que me rodeia.

Na fila ao lado da nossa estavam duas seniores. Uma delas saiu, quase no inicio do filme, ouvi-a dizer para a amiga que ia tomar ar a ver se lhe passava o sono!

A outra a seguir ao intervalo enganou-se na cadeira e era muito divertida, fartou-se de rir e pôs toda a gente a rir com o incidente.

Também não percebi o que aconteceu pois não viu o filme até ao fim. Teria alguém à sua espera? Teria hora marcada para regressar?

Não sei o que fará ou melhor o que motivará duas septuagenárias a comprarem bilhetes de cinema e depois não verem os filmes.

UM abraço
Ana

PS - Vá lá deixem-se ouvir.

Hora de abandono....

A propósito dos fogos que têm destruido Portugal:

Hora de Abandono

Não dizer nada, chorar.
Chorar como uma criança
Que já não tem confiança
No próprio Deus da doutrina.
Não dizer nada, chorar
Até o pranto coalhar
Na lucidez da retina.

Miguel Torga"

Só quem passa por essas situações é que consegue sentir a dor qua vai na alma dos portugueses que têm vivido essas situações.

Em 2007 no fim de Julho estava eu em Nisa, na Nisartes, a representar a entidade para quem trabalhava na altura, eu e mais duas colegas, e, no Domingo, o meu último dia de trabalho, fomos surprendidas talvez por uma das piores situações que já vivi na minha vida.

Eu conto:

Começou a cheirar muito a queimado e as sirenes dos bombeiros não paravam de soar. A meio da tarde os visitantes da feira foram evacuados mas os "feirantes" não. Disseram-nos para permanecermos junto dos nossos stands até novas ordens.

Entretanto soubemos que não havia maneira de sair de Nisa o fogo rodeava a vila.

Lá nos mantivemos até que deram ordem, lá para as oito da noite, não posso precisar, para os restaurantes abrirem para podermos ir jantar.

Perto da meia noite... a feira voltou a abrir. Foi certamente para desanuviar o ambiente, houve um espectáculo musical.

Não dá para descrever o que passei nesse e no outro dia quando me vim embora. Levei uma boa parte da viagem a chorar ao ver tanta destruição.

Na semana passada, perto da zona onde vivo, em Belas, houve um grande fogo, voltei a sentir o cheiro a queimado, voltei a ver o céu negro....

Não consigo imaginar o Gerez ardido. É certamente um dos sitios de que eu mais gosto em Portugal.

E mais uma vez voltei a perguntar-me de quem é a culpa?

Não sei se das condições climatéricas, se das mentes "pervertidas" que colocam os fogos, se da incúria, do deixa andar, se da falta de planeamento.

É de todos nós que continuamos a sofrer e a calar. A deixar que os outros resolvam tudo. De nós que continuamos à espera de um D.Sebastião qualquer que resolva a crise, de nós que aceitamos que a "CRISE" sirva de desculpa para tudo o que não funciona no nosso País.

Um abraço
Ana

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Habituava-me...

Olá Amigos.
Antes de mais um beijo especial para as senhoras e um abraço para os companheiros.
Como têm passado. Espero que tudo "firme e hirto". eheheheheheh
Já terminaram e foram boas. Como comum mortal, vai-me na alma dizer que souberam a pouco. MAs não, souberam bem e foram a medida certa. Mais, era capaz de fazem mal, pois habituava-me...
É com alguma saudade que voltei ao nosso cantinho para saber de notícias e ler, sentindo, as palavras que por aqui foram escritas.
Como dizia o outro,..., poucos mas bons.
Bem não se esqueçam do nosso almoçarinho em Peniche. Já tenho saudades de estar junto de Vós.
Bem por hoje é tudo, prometo voltar brevemente.
beijos e abraços dentro das necessidades,
Jaime

Rotinas.....ou.....

Uma das rotinas de que eu gosto é quando estou em casa ir lanchar a uma pastelaria que aqui há na minha rua à hora em que sai o pão do forno. Estão a ver meia de leite e um pãozinho quentinho com manteiga.

Habitualmente faço isso aos fins de semana mas,como estou de férias, tenho feito isso diáriamente.

Reparei que há um senior, muito mas muito senior, que encontro duas vezes ao dia quando vou tomar café, a seguir ao almoço, e à hora a que vou lanchar.

Perguntarão e depois? Depois é que ele tem as mesmas rotinas todos os dias: à hora de almoço come um galão e uma sandes mista, ao lanche acrescenta-lhe um guardanapo (bolo).

Já tinha ouvido falar dele. Segundo dizem era uma pessoa de posses, com empregada doméstica, entretanto a esposa adoeceu o dinheiro começou a escassear e após a morte da esposa ficou sózinho.Dizem que tem netos e que aparecem sempre na altura em que o avô recebe a reforma, não sei o que há de verdade nesta história.

Tem a particularidade de ter cuidado com a sua apresentação mas num dia de muito calor vestia umas calças quentes !!! porque seria? Desloca-se com muita dificuldade e arrasta-se práticamente.

Não tem um ar infeliz e ontem vi-o na rua a rir-se, muito, com um vizinho.

A ser verdade a história que contam é de admirar a sua coragem e tenacidade ou será porque as árvores morrem de pé?

Um abraço
Ana

PS - Gostei muito Virgilio mas não acho que estejam tão gordos assim.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

ANDAVA EU POR AQUI

Andava eu por aqui, a vadiar entre notícias e mensagens quando me recordei que há muito tempo não vinha ao nosso bar, não por qualquer razão específica, mas apenas porque não tinha calhado e resolvi dar uma espreitadela. O Dagoberto está gordo que nem um texugo, pois diz que não lhe dão que fazer, o Malaquias que parecia um pau de virar-tripas está uma autêntica lontra e morenaço, porque diz que passa os dias sentado, e até teve direito a uns dias de praia.
Dois dedos de conversa... umas bejecas para a mesa um pires de tremoços e até uns "percêbes" para acompahar à bebida. E que tal... o que se tem feito, as visitas, os amigos e as lamentações do costume, que tirando a Ana Fernandes e o Egídio, mais ninguém entra, olham ali por cima da porta e às vezes nem boa tarde dizem e põem-se a milhas. Que os salgadinhos são do dia, os jaquizinhos têm a medida legal que a cerveja está sempre fresca, mas nada, ninguém passa cartucho. Que já pensaram cá pôr umas meninas daquelas dos calendários do António, ou então fazer uma noite de fado com o Camané, mas que têm medo, por um lado pode ser que apareça a ASAE ou então a Sociedade Portuguesa de Autores, por causa dos direitos de autor!
Que já pensaram em fechar, mas com tanta gente no desemprego, lá se ia o ganha-pão da Felismina que faz os jaquizinhos, as patanismas e os pastéis de bacalhau. Assim vão eles comendo e vão-se empanturrando como a própria imagem deixa adivinhar. Passam o dia da vitrina para a arca e da arca para a mesa e já têm calos como o macaco!
Mais umas bejecas mais uns tremoços... e não se fuma porque está ali o sinal e não querem chamar a autoridade para multar um amigo! Repetimos a rodada, por falar em rodada em quantas é que já vamos... é que estou a começar a ver tudo à roda. Fechem mas é a porta que eu hoje durmo aqui, já que não vem ninguém o segredo fica só connosco!
Mais uma rodada... traga tremoços!

Promessa

Promessa

Não desanimes por me veres ao lado
Triste como um ribeiro que secou.
Isto passa,
Podes ter a certeza.
Basta o degelo começar...
O poeta é uma graça
Da natureza:
Há-de sempre cantar.
Arranja pois as jarras da alegria,
E vai sorrindo já dos meus desleixos....
Eu volto a rolar seixos
Qualquer dia.

Miguel Torga - Poesia completa

Promessa

domingo, 15 de agosto de 2010

Memórias.........

Memória: Faculdade de conservar ou readquirir ideias ou imagens;

Memória: Lembrança, reminiscência;

Memória: Recordação.

Um destes dias fui passear para perto da Torre de Belém e veio-me à memória a cerimónia do 10 de Junho quando eu deveria ter perto de dez anos, a imagem de um rapazinho vestido de negro a receber a comemoração póstuma do seu pai, que certamente é um dos muitos que tem o seu nome gravado no memorial que entretanto foi construido junto da dita Torre.

Lembrei-me também de um livro com imagens de pessoas decepadas que alguém que veio do ultramar trouxe e que por inadevertência de algum adulto, eu vi.

Lembrei-me da história do militar que apareceu nas mensagens de Natal e que entretanto já tinha morrido !!!!!

O memorial foi construido para homenagear os combatentes do ultramar, os que faleceram e não só, certamente.

Que memória curta nós temos , não vi nenhum movimento para protestar contra a retirada de uns míseros cento e tal euros que eram pagos como complemento de reforma a algumas centenas, julgo que não mais, de ex -combatentes que entretanto se reformaram, alguns dos quais com problemas psiquicos de que nunca mais se vão livrar.

Memorial: que faz lembrar

Será que o Memorial de Belém é só para turista ver?

Um abraço
Ana

PS - a que propósito é que agora temos uns anúncios saltitantes no nossso blogue?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

«Los amigos de Adolf Hitler tienen mala memoria, pero la aventura nazi no hubiera sido posible sin la ayuda que de ellos recibió.

Como sus colegas Mussolini y Franco, Hitler contó con el temprano beneplácito de la Iglesia Catolica


Hugo Boss vistió su ejército.

Bertelsmann publicó las obras que instruyeron a sus oficiales.

Sus aviones volaban gracias al combustible de la Standard Oil [hoy Exxon y Chevron] sus soldados viajaban en camiones y jeeps marca Ford.

Henry Ford, autor de esos vehículos y del libro El judío internacional, fue su musa inspiradora. Hitler se lo agradeció condecorándolo.

También condecoró al presidente de la IBM, la empresa que hizo posible la identificación de los judíos.

La Rockefeller Foundation financió investigaciones raciales y racistas de la medicina nazi.

Joe Kennedy, padre del presidente, era embajador de los Estados Unidos en Londres, pero más parecía embajador de Alemania. Y Prescott Bush, padre y abuelo de presidentes, fue colaborador de Fritz Thyssen, quien puso su fortuna al servicio de Hitler.

El Deutsche Bank financió la construcción del campo de concentración de Auschwitz.

El consorcio IGFarben, el gigante de la industria química alemana, que después pasó a llamarse Bayer, Basf oHoechst, usaba como conejillos de Indias a los prisioneros de los campos, y además los usaba de mano de obra. Estos obreros esclavos producían de todo, incluyendo el gas que iba a matarlos.

Los prisioneros trabajaban también para otras empresas, como Krupp, Thyssen, Siemens, Varta, Bosch, Daimler Benz, Volkswagen y BMW, que eran la base económica de los delirios nazis.

Los bancos suizos ganaron dinerales comprando a Hitler el oro de sus víctimas: sus alhajas y sus dientes. El oro entraba en Suiza con asombrosa facilidad, mientras la frontera estaba cerrada a cal y canto para los fugitivos de carne y hueso.

Coca-Cola inventó la Fanta para el mercado alemán en plena guerra. En ese período, también Unilever,Westinghouse y General Electric multiplicaron allí sus inversiones y sus ganancias. Cuando la guerra terminó, la empresa ITT recibió una millonaria indemnización porque los bombardeos aliados habían dañado sus fábricas en Alemania.»

Eduardo Galeano (Uruguay, 1940)

Fragmento de Espejos: una historia casi universal (ISBN: 978-84-323-1314-1)

Siglo XXI Ed. (Madrid, México, Buenos Aires, 2008)

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Não publico para lembrar. Publico apenas para não nos esquecermos disto! Eu sei que dói!
Abraços
ef

Passeio BTT Aboboreiras