Andava eu por aqui, a vadiar entre notícias e mensagens quando me recordei que há muito tempo não vinha ao nosso bar, não por qualquer razão específica, mas apenas porque não tinha calhado e resolvi dar uma espreitadela. O Dagoberto está gordo que nem um texugo, pois diz que não lhe dão que fazer, o Malaquias que parecia um pau de virar-tripas está uma autêntica lontra e morenaço, porque diz que passa os dias sentado, e até teve direito a uns dias de praia.
Dois dedos de conversa... umas bejecas para a mesa um pires de tremoços e até uns "percêbes" para acompahar à bebida. E que tal... o que se tem feito, as visitas, os amigos e as lamentações do costume, que tirando a Ana Fernandes e o Egídio, mais ninguém entra, olham ali por cima da porta e às vezes nem boa tarde dizem e põem-se a milhas. Que os salgadinhos são do dia, os jaquizinhos têm a medida legal que a cerveja está sempre fresca, mas nada, ninguém passa cartucho. Que já pensaram cá pôr umas meninas daquelas dos calendários do António, ou então fazer uma noite de fado com o Camané, mas que têm medo, por um lado pode ser que apareça a ASAE ou então a Sociedade Portuguesa de Autores, por causa dos direitos de autor!
Que já pensaram em fechar, mas com tanta gente no desemprego, lá se ia o ganha-pão da Felismina que faz os jaquizinhos, as patanismas e os pastéis de bacalhau. Assim vão eles comendo e vão-se empanturrando como a própria imagem deixa adivinhar. Passam o dia da vitrina para a arca e da arca para a mesa e já têm calos como o macaco!
Mais umas bejecas mais uns tremoços... e não se fuma porque está ali o sinal e não querem chamar a autoridade para multar um amigo! Repetimos a rodada, por falar em rodada em quantas é que já vamos... é que estou a começar a ver tudo à roda. Fechem mas é a porta que eu hoje durmo aqui, já que não vem ninguém o segredo fica só connosco!
Mais uma rodada... traga tremoços!
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