Um bom ano de 2.125.799.004

Quantas voltas já deu este nosso planeta à volta do Sol? Talvez um nº parecido com o que está em título.
Assim sendo, aqui ficam os meus votos de que a translação nº 2.125.799.004 seja melhor que a 2.125.799.003
Saúde e felicidade para tod@s @s que, apesar de tudo, ainda acreditam no Homem Novo.
Para os que não acreditam, uma mão cheia de "crises", de dívida externa, de sobreendividamento e de outras pragas, para que possam, de uma vez por todas, deixar de serem mesquinhos.

Viva a vida!

QUERO SER TEU (VOSSO)

A Ana não nos deixa adormecer! Escolheu um lindo poema... e eu que sou teimoso que nem um burro... respondo que esta redondilha imperfeita! Foi composta à pressa e não terá os cuidados linguísticos de outros momentos! Mas o que vale é a intenção!

QUERO SER TEU

Antes que o sol desponte

teu sorriso já desperta

e mesmo que o não encontre

é fortuna mais que certa.

Trazes no olhar cristalino

esse brilhar cintilante

ainda ingénuo, de menino,

tão perto mesmo distante

Doces palavras semeias

aqueles que estão contigo

e até às gentes alheias

estendes a mão de amigo!

Bendito te louvo eu

tu que me dás amizade

também quero ser teu,

aquele amigo de verdade!

...........

Este é para acabar ano! Agora só em 2010, mas deixo aqui os votos de felicidades para a totalidade dos Dagobertinos e Malaquianos! Beijos e abraços ... deixo-vos pequenas lágrimas de emoção e simpatia... AMIGOS!

AMIGOS - BOM ANO 2010

Amigo

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!

«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

«Amigo» é a solidão derrotada!

«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da

QUE 2010 NOS TRAGA:
- PAZ
- SAÚDE
- TRABALHO

BEIJOS E UM ABRAÇO DO TAMANHO DO MUNDO PARA TODOS
Ana Fernanes

DAGOBERTINOS E MALAQUIANOS BOM ANO

Caros dagobertinos e malaquianos por ora, até que não nos encontremos novamente, vamos deixando aqui os nossos desabafos. Gostava de ver por aqui outras prosas, como o Avelino e o Vidigal, ou a Rita e o Raposo, ou a senhoras professoras ou ainda... o resto dos dagobertinos e malaquianos... afinal andam por aqui os poetas (que a fazem ou a divulgam) e faltam-nos as companhias!

Deixo-vos pois aos proprietários do bar e algum visitante de ocasião os desejos de um bom ano Novo. Bem sei, têm toda a razão... todos os anos é a mesma "treta", mas isso também pode ser sinónimo de perseverança, desejamos algo melhor porque não desistimos de lutar! E quando temos connosco o apoio dos familiares, amigos e camaradas essa coragem renasce qual primavera que se cumpre nos percursos da natureza. BOM 2010 PARA TODOS!

Sermos felizes....

Caros Amigos, mais um Natal que se passou e nós cá continuamos na mesma.

Hoje calhou-me trabalhar na UCIP2 O que é? Bem, devido à contigência da Gripe A, abriu uma nova unidade para dar resposta ás necessidades do hospital e, hoje cá estou eu com a tratar-lhes da saúde "literalmente".
Bem, está a chover lá fora e cá dentro está quentinho. As visitas lá entraram com a esperança de encontrarem os familiares melhor. Como é Natal queria-lhes dar uma prendinha "as melhoras", mas não, os doentes estão mal, alguns piores e um muito mal. Nesta época de Natal em que as pessoas querem estar junto dos seus familiares é uma altura mal para lidar com a morte. E por isso, apesar do traquejo, também nos custa, enquanto profissionais, lidar com esta realidade.
É por isso que estas alturas são difíceis para quem está com doentes no limite.
Mas falando de coisas mais alegres.
Apesar de estar chover e do meu querido Amigo Zé Rui Raposo ter passado um natal à antiga portuguesa (à luz das velas e da lareira), temos que continuar a viver e a preparar a entrada do novo ano. Está quase. Esperamos que seja pelo menos como o de 2009, mas que haja menos injustiças, mais emprego, mais estabilidade quer económica, quer social, paz mas acima de tudo que todos tenhámos a mesma oportunidade de sermos felizes.

DEIXAI-ME DIVAGAR... DEVAGAR

Consta que há mais de dois mil anos terá nascido num estábulo em Belém, na Palestina, uma criança desprovida de tudo. Tanto quanto alguns teólogos mais arrojados já terão afirmado, não foi bem assim, mas essa imagem era a que mais servia um determinado poder para inculcar na mente das massas que a pobreza era uma virtude! Aliás como um descendente da casa de David, segundo os relatos, é pouco crível que a sua situação fosse tão paupérrima! Mas adiante!

Essa criança ter-se-á feito homem e, por circunstâncias ainda mal explicadas, desafiado os poderes instituídos, nomeadamente o império Romano e a igreja Judaica. Tal ousadia valeu-lhe a morte na cruz como era habitual naquele tempo. Quando aos Romanos interessou o seu percurso foi recuperado como exemplo de divindade e "endeusado" por aqueles a quem ele combatera. E os muitos "residentes do Panteão do Império, todas foram banidas para dar lugar a Cristo como o "Deus feito homem"!

Seja como for esse Cristo que todos aprendemos a respeitar, usou a arma da palavra e a palavra essencial no seu discurso era o amor! Esse Amor que os homens devem ter para com o próximo, com o seu semelhante! Sem ser cristão (era judeu) transmitiu uma mensagem que só voltou a ser utilizada na sua plenitude por Ghandi mais de 1900 anos depois, outro não cristão (era hindu).

Concluindo, fossem quais fossem as suas origens (pobre ou rico), tudo isto para dizer que o Cristianismo ainda não conseguiu concretizar as aspirações do seu mentor, para tanto basta ver a miséria que vai pelo mundo! Dir-me-ão, que as outras religiões também não! Claro que não! Mas porventura Cristo (ou Jesus Cristo) seria religioso? Hoje duvido! Foi um homem que lutou de um modo específico contra as injustiças, e se o ataque que desferiu no Templo de Jerusálem são reais prova-se que não era religioso!

Gosto de poesia...cantada ainda mais!

Cavalo à solta
Minha laranja amarga e docemeu poema
feito de gomos de sauda de minha pena
pesada e leve secreta e pura
minha passagem para o breve breve instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope minha rédea
meu potro doido minha chamaminha réstiade
luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensado que sente a gente certa.
Em ti respiro em ti eu provo
por ti consigo esta força que de novo
em ti persigo em ti percorro cavalo à solta pela margem do teu corpo.
Minha alegria minha amargura minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo canção castigo amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto por isso digo alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio minha aventura minha coragem de correr contra a ternura...

José Carlos Ary dos Santos

MESA 6.....

POSIÇÃO

Faço o que posso, e posso combater.
Um verso que resiste é um bom soldado.
Quando a noite é maior, o céu deixa-se ver
À pequenina luz dum pirilampo alado.

Move montanhas, abre o mar imenso
A fé que não hesita.
Cai uma gota no terror suspenso,
E o sal das amarguras precipita.

Sozinho na trincheira, vou cantando,
E o inimigo ouve-me, de lá.....
Ouve, e não sabe quando
O poder do meu fogo acabará.

Miguel Torga - Poesia Completa II

MESA ...

A MESA 6 ...continua....

NATAL

Soa a palavra nos sinos
E que tropel nos sentidos,
Que vendaval de emoções!
Natal de quantos meninos
Em nudez foram paridos
Num presépio de ilusões.

Natal da fraternidade
Solenemente jurada
Num contraponto em surdina.
A imagem da humanidade
Terrenamente nevada
Dum halo de luz divina.

Natal do que prometeu,
Só bonito na lembrança.
Natal que aos poucos morreu
No coração da criança,
Porque a vida aconteceu
Sem nenhuma esperança

Miguel Torga -Poesia Completa II

Para as Saudades da mesa 6

A POESIA É VERDE

Como se enganam
as pessoas que pensam
que a poesia não anda
nos transportes públicos
e só gosta das florestas
e dos grandes areais
à beira do mar.

As pessoas que pensam
que a poesia não frequenta snacks
nem restaurantes
e só se alimenta da seiva das flores
e do perfume das ondas.

A Poesia é verde
mas não por causa da clorofila.
A Poesia está viva
mas não se alimenta de sangue.
A Poesia conhece as bichas
e os impostos
e todas os problemas
que são nossos.

A Poesia até vê televisão
e toma a bica.
A Poesia está em qualquer lugar.
Pode ser até um refresco de limão
ou naquela criança pendurada num balão.

(aut. desconh.)

O SONHO

O Sonho

Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo Sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

- Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama

Memórias - NATAL

Bem...palavras para quê....
A An de sempre, meticulosa, expressiva, abrangente, tocadora, humana, sonhadora, enfim, a Ana de que tanto gosto e tanto admiro.
Essas recordações, também estão sempre presentes nas minhas noites de natal, principalmente os ausentes, aqueles de quem sentimos falta, e que ...não podemos voltar a tocar. Mas podemos sempre lembrar.
O Natal é mesmo assim, assimetrias, lados opostos os opostos. É por isso que temos a obrigação de FAZER NATAL, todos os dias.
Estou a escrever este comentário e estou a ouvir músicas de Natal, na rádio Comercial (até rima, pareço o Virgílio) e há uma que diz mais ou menos isto: "é Natal temos que pensar e dizer, basta de guerras, basta de desigualdades, basta de sofrimento. E porque é natal devemos fazer alegria, devemos dar amor e abraçar os Povos com todo o Amor...".
Um beijo para ti Ana e abraços para todos vós.
Jaime Afonso de MAtos

MEMÓRIAS......ESPERANÇA (Para voçês que não deixam morrer a esperança)

Um dia destes estava a olhar para as decorações de Natal da minha casa e senti que me faltava qualquer coisa, não sabia bem o quê mas faltava.
Olhei para a árvore de Natal e cheguei lá. Faltavam uns embrulhinhos de chocolates que pendurávamos na árvore, em miúda. Deviam ser da "Regina" umas tabeletes pequeninas e atadas em pacotinhos.
Olhei para o aparador e continuava a faltar qualquer coisa, estavam as velas, as nozes os figos, as broas, mas faltava qualquer coisa. Era um cheiro, lembrei-me, faltava um cesto com tangerinas muito pequeninas e com folhinhas ainda.
Tentei comprar as tangerinas parecidas mas não consegui. Estão lá no cesto, mas não são as mesmas.
Pensei porque é que eu não consigo sentir o mesmo entusiasmo com o NATAL que sentia em criança.
Hoje vim espreitar o nosso blog depois de ter metido o cabrito no forno e sentia a mesma sensação. Que não era o mesmo cabrito, não tinha o mesmo cheiro que o da minha mãe que era assado no forno do padeiro, porque em casa não havia forno!!!!!
Lembrei-me dos cheiros a que o Virgilio se referia há uns dias atrás dos Natais passados, do cheiro do café de cafeteira.......da sensação de estrear uns sapatos, um casaco.....
As sensações não são as mesmas porque eu também não sou a mesma.Talvez me falte a ingenuidade e alguma da esperança que sentia em criança.
Apesar de querer continuar a acreditar numa sociedade mais justa cada vez a sinto mais distante....Desemprego...Pobreza de espírito...Miséria .... Falta de Ética..... de Moral....continuam a crescer .....e a NOSSA ESPERANÇA cada vez a diminuir mais.
Ontem à noite lembrei-me dos meus amigos que por força das suas profissões estariam a trabalhar: do Egídio, do Jaime e do Luís.
Lembrei-me dos "meus ausentes" e não consegui reprimir as lágrimas. Pensei! Talvez quando tiver netos consiga voltar a ser criança e a sentir o NATAL.
Agora, depois de desabafar, sinto que ainda consigo ter esperança, que a sensação de euforia que eu não senti nestes dias ,a sinto ao longo de todo o ano, umas vezes mais outras menos mas sinto.
Mas sinto porque sei que algures aí no Nosso País estão voçês e que cada um à sua maneira não deixa a esperança morrer

Beijos
Ana Fernandes

Feliz Natal

Talvez seja o único que por aqui ande a estas horas...ou no dia em que estamos hoje... Todos estaremos provavelmente reúnidos por quem gostamos...por quem gosta de nós...afinal de contas é Natal certo?! Sim...também não escapo a esta regra, e mesmo que não estivesse com a minha família...estaria certamente com algumas pessoas que não sendo minha familia directa...é como se fossem...

Por isso aqui vim...neste instante que nada me rouba...e muito me oferece...

Um abraço para todos vós, meus amigos...

Feliz Natal!

UM BURRO E UMA VACA

É este, talvez, o último poema de 2009. Dedico-o a todos os seres humanos que sofrem e a representação que faço de Cristo, pretende identificá-lo com essa vertente humana e não religiosa. Aos crentes peço desculpa por alguma frieza, no entanto não quero deixar de sublinhar a grandeza extraordinária deste ser humano, que ainda rodeado de muita ficção, foi sem dúvida um exemplo! São estas reflexões que deixo como votos de boas festas... só volto dia 26! Natal Feliz para todos os Malaquianos e algum leitor distraído que passe por aqui no nosso bar! Dagoberto e Malaquias, brindem comigo!

UM BURRO E UMA VACA

Um burro e uma vaca

aqueceram uma criança

que veio dar esperança,

e feriram com lança

os seres de mente fraca.

Os reis o adoraram

em palhas adormecido

petiz um rei escondido

de pastores escolhido

que reis crucificaram!

Menino feito homem

assustou os poderosos

envergonhou gananciosos

e conviveu com leprosos

e dele os sacerdotes comem!

Milagres dizem que fez,

os mortos ressuscitar

os paralíticos andar

e a água em vinho jorrar

mas na cruz teve a sua vez!

À lança, chicote e faca

foi cambaleando dorido

até ao calvário erguido

o menino que foi aquecido

por um burro e uma vaca!

Feliz Natal

Para todos um Feliz Natal. em paz e Segurança .
Bjs Teresa

Mensagem de Natal do Avelino

Car@s Amig@s,
Recebi com satisfação a mensagem do Avelino que anexo.
O vídeo fui procurá-lo para complementar o poema.
O Avelino terá quando quiser, entrada livre neste grupo.
Abraços
ef

QUANDO UM HOMEM QUISER…




Tu que dormes à noite na calçada do relento

Numa cama de chuva, com lençóis feitos de vento

Tu que tens o Natal da solidão do sofrimento,



És meu irmão, amigo

És meu irmão



E tu que dormes só no pesadelo do ciúme

Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume

E sofres o Natal da solidão sem o queixume,



És meu irmão, amigo

És meu irmão



Natal é em Dezembro, mas em Maio pode ser

Natal é em Setembro, é quando um homem quiser.

Natal é quando nasce uma vida a amanhecer

Natal é sempre o fruto que há no ventre da mulher.



Tu que inventas ternura e brinquedos para dar

Tu que inventas bonecas e comboios de luar

E mentes a teu filho por não os poderes comprar,



És meu irmão, amigo

És meu irmão



E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei,

Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei

Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei,



És meu irmão, amigo

És meu irmão



** Cantado por Paulo de Carvalho

Ao menino Jesus

Ao menino Jesus

Hoje é dia de Natal
Mas o menino Jesus
Nem sequer tem uma cama,
Dorme na palha onde o pus.

Recebi cinco brinquedos
Mais um casaco comprido.
Pobre menino Jesus,
Faz anos e está despido.

Comi bacalhau e bolos,
Peru, pinhões e pudim.
Só ele não comeu nada
Do que me deram a mim.

Os reis de longe trazem
Tesouros,incenso e mirra.
Se me dessem tais presentes,
Eu cá fazia uma birra.

Às escondidas de todos
Vou pegar-lhe pela mão
E sentá-lo no meu colo
Para ver televisão.

Luísa Ducla Soares

Há Coisas que sabemos, mas era preferivel não saber...

Olá caros amigos e amigas.
Domingo estive em Belmonte, para a inauguração de uma exposição de fotografia, de uns amigos meus, o que aconselho vivamente, no Museu Judáico alusivo ao tema - Campos de Concentração.
A exposição é magnífica, o local, Imenso, a história contada, bem.....já a sabemos.
Na pequena, mas significativa apresentação da exposição, alguém disse o seguinte "houve um senhor, que nem vou mencionar o nome que tentou exterminar o mundo, mas..., nós fomos mais fortes e sobrevivemos...".
Estas palavras ecoaram na minha cabeça. Reflecti, e fico espantado,para não dizer outra coisa, como hoje alguém tem esses pensamentos, como alguém não olha para o passado e não quer ver. Não quer ver o horrendo que aconteceu, não quer ver alguém que mandou matar cerca de 3 MILHÔES de PESSOAS, só porque eram diferentes, só porque acreditavam em coisas diferentes. Viva a diferença, viva o respeito, viva a igualdade de direitos, viva a liberdade.
Agora que se está a comemorar cerca de 65 anos desta Vergonha, que não se esqueça, que os jovens recordem e não fechem os olhos. Há coisas que sabemos, mas era preferível não saber....
Fiquem bem, beijos e abraços dentro da necessidade,
jaime afonso de matos

E enquanto o mundo for assim, eu também vou ser assim... contra!

Este é o espírito do Na tal

O Titanic começou a ser construído há um século e partiu-se em dois em 1912. Era um mundo (o maior e mais moderno navio até então) e o seu fim ilustrou o mundo como ele sempre foi: da 1.ª classe morreram só 38% dos seus passageiros, da 2.ª, 59%, e da 3.ª, 75%... O mundo foi sempre assim, dividido entre os que têm e os que não têm - com mais ou menos gradações entre a cabina de luxo e os beliches do porão. Foi há cem anos. Agora chegam notícias de outra maravilhosa máquina, o comboio Eurostar que atravessa o canal da Mancha, que naufragou. Não exageremos, só ficaram duas mil pessoas bloqueadas durante 18 horas. O culpado foi o do costume, o frio - no Titanic, um iceberg, com o Eurostar, a neve. E o comportamento humano também foi o do costume. Ficaram famílias sem água nem comida e sem informação. Eram dos que não têm. Mas, no túnel bloqueado, alguém foi buscar Claudia Schiffer para a levar até à saída. Ela tem. Sempre teve. Na outra encarnação, ela chamava-se Lady Lucy Duff-Gordon e salvou-se no primeiro salva-vidas que desceu do Titanic (só levava 12 pessoas, havia lugar para 40, mas urgia salvar aqueles passageiros da 1.ª classe). O mundo o que tem de tranquilizador (e de inquietante, também) é que não nos surpreende.

___________________

Artigo do DN que transcrevo na íntegra e que me coloca mais triste por sabermos que isto existe e assobiamos para o lado.

CHOVE. É DIA DE NATAL

Chove. É dia de Natal


Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte è melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar:
Chove no Natal presente.
Anes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

Fernando Pessoa - Obra Poética

SABEDORIA

Enviei este texto para dar força para o Mod 18. Na altura alguns de nós estavam tão preocupados com a SFD que não lhe deram retorno.
Penso que o "sucesso" do nosso grupo se ficou a dever a um " coktail de sabedorias" que no conjunto resultaram muito bem.

Mais uma vez quero partilhar este texto de que eu gosto muito:

"Era uma vez uma pessoa que procurava a sabedoria. Tinham-lhe dito que para a atingir tinha sempre de aceitar e recusar ao mesmo tempo tudo o que lhe fosse oferecido, dito ou mostrado. Quando perguntava por onde era o melhor caminho e lhe diziam «é por ali» ela devia seguir imediatamente nesse sentido e depois no sentido contrário. Tendo assim percorrido todas as direcções indicadas e as não indicadas, sem mais caminhos a percorrer, sentou-se no chão e começou a chorar. Sem saber, tinha chegado.

Ana Hatherly, 'Tisanas'"
......./....../....../.......

Gostei muito do teu texto Jaime. Também eu na semana passada estive dois dias em contacto com seniores , não directamente como tu, mas percorri os seus espaços e dá-me sempre um aperto de alma quando vejo tristeza nos seus olhares.....

Proponho que em vez de comentários passemos a responder com uma nova mensagem.

UM BOM NATAL PARA TODOS

Beijos
Ana F.

Redescobrir...

Olá caros MAlaquianos e Amigos....


Durante estes dias que estive ausente por motivos pessoais e profissionais, tenho pensado em tudo o que aqui se diz ou se disse. Fiz um pequeno balanço. É claro que tudo implica uma ligação quase impossível de cortar com os 11 meses de Lisboa.
Já se falou da Companhia, da Camaradagem, já se falou da Amizade, já se falou da Solidariedade, falou-se de Poesia e até se falou do NAtal.
Nestes dias que me afastaram das conversas com os MAlaquianos, reflecti. Reflecti em tudo o que se me aconteceu desde Janeiro de 2009, das pessoas que conheci, daquelas que aprendi a conhecer e até mesmo daquelas que pensava que conhecia.
É uma mistura de satisfação e de reflexão.
Satisfação pelas situações que aconteceram, pelas pessoas que conheci, pelos bons momentos que vivi, pelas reflexões que fiz e pelas referências que encontrei.
Reflexão pelas situações que vivi, algumas de elevada solidariedade, de grande civismo e de profunda Amizade. Às vezes pergunto-me que num mundo do dia-a-dia cheio de egoísmo, de narcisismo, de vaidade e de inveja, que felizmente contribuí para a satisfação, alegria e bem estar de algumas pessoas. Convém esquecer e deixar cair a hipocrisia.
É pois nesta época de família, de solidariedade e de desigualdades que nos devem levar a pensar no AMOR. Não, não nesse amor do dia-a-dia. Não nesse amor que ouvimos todos os dias e que por isso, alguns já nem sabem o que é. Não nesse amor de trazer por casa, de ocasiões. MAs sim nesse Amor que une os Homens, as Pessoas, que fazem que apesar de tudo, Dar, é extremamente útil e positivo. É grandioso.
Bem, como gostaria realmente de que aquilo dito, acontecesse e que as pessoas cada dia que passa, fossem melhores mais Amigas e mais Próximas umas das outras.
Nesta época de festas, vejo no dia-a-dia, na Instituição de solidariedade social onde trabalho, que os idosos, velhinhos, nem sempre sentem o NAtal, pois o "esquecimento" de que eles existem é premente o que me deixa triste e pensativo...pois daqui a alguns anos ....também precisarei que se lembrem de mim.

Temos que Redescobrir o NAtal.

Mas como diz o velho ditado, o NAtal é Alegria...

São votos da família MAtos para todos vós e família, um Grande NAtal com muito Amor e Carinho e que o Menino Jesus vos traga tudo de Bom.
Já agora, que nos traga uma prendinha para nos consolar a alma....
Beijos e abraços, dentro das necessidades, JAime Afonso de MAtos

NATAL

Natal

Hoje é dia de natal.
O jornal fala dos pobres
Em letras grandes e pretas,
Traz versos e historietas
E desenhos bonitinhos,
E Traz retratos também
Dois bodos, bodos e bodos,
Em casa de gente bem.
Hoje é dia de Natal.
Mas quando será de todos?

Sidónio Muralha- Poesia

Ali ao Lado há Trabalho

Meus caros Amigos,

Daqui donde vos escrevo, numa pequena pausa antes de ir alimentar-me porque o trabalho me vai levar hoje até ás oito da manhã, e depois de ler e participar na discussão da sala do lado sobre trabalho, senti a necessidade de vos dizer um GRANDE OLÁ e convidar-vos a entrar na Oficina (não é preciso utilizar EPI's). Façam uma visitinha e vejam nas ferramentas que existem se alguma vos faz jeito.

Não, não temos serviços de carpintaria, electricidade ou canalizações mas, também se pode arranjar ligando o número verde (hoje pode ser o número vermelho).

Beijos e Abraços como diria o Virgílio, conforme o género.

ef

MAS QUE FRIO

Caros amigos... mas que frio! Nem quero imaginar o que passarão o Luis e Jaime, ou o Ulisses lá para cima, tão perto da Serra da Estrela! Mas se o corpo está frio que esteja o nosso coração quente e que tenhamos o grato prazer de aquecer os nossos dias com um sorriso!

Por aqui, talvez devido ao frio, o pessoal ainda anda acanhado e embora estejam muitos inscritos, poucos participam no nosso "espaço de convívio". Aliás situação extensiva se verifica na oficina onde o tema de S(H)ST está em cima da mesa. Acho que seria interessante aproveitar aquele circulo de debate para tirarmos dúvidas, expor posições, analisar contradições e todos podermos aprender um pouco mais. Eu pelo menos acho que me falta aprender muito!

Solidão...

SOLIDÃO VISTA PELO CHICO BUARQUE

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo.....
isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos
que não podem mais voltar..... isso é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar
os pensamentos.....isso é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente
para que revejamos a nossa vida.....isso é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado..... isso é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa
alma .....

Francisco Buarque de Holanda


Bjinhos e abraços :-)

AS NOSSAS COISAS SÃO OS AMIGOS

As nossas coisas... aquelas de que é feita a história individual de cada um por vezes parecem não terem significado para todos os outros que nos rodeiam! Podem não ter para todos... mas terão para outros, porque alguns farão parte das nossas coisas!

Sabia lá eu, que o um dia iria encontrar o Egídio, a Ana, o Nuno e o restante grupo (para não me esquecer de ninguém). Sabia lá eu que esta gente existia! Sabiam lá eles que eu existia! E se antes todos existíamos num mesmo universo... hoje todos existimos na realidade de cada um e na cumplicidade das nossas coisas, e em cada momento já somos o fruto de uma interligação e a qualquer momento esse resultado nos vem á memória: " Olha tenho um amigo que fez um curso comigo e....." ou "Uma vez estávamos a almoçar junto e um amigo...." ou ainda "Eh pá nem queiras saber aquele queijo que uma amiga...."

Pois, não sei se a amizade se edifica com tão pouca coisa... mas eu fiz amigos a quem desejo o melhor! Nesta quadra em que uma certa nostalgia se assoma à garganta... para todos (crentes ou não) Feliz Natal e desejos de um 2010 melhor do que aquele que em breve nos deixará! Porque afinal as nossas coisas... são os AMIGOS!

ONTEM E HOJE....

Hoje Praça da Ribeira....

Entro para ir ver as floristas e fazer tempo.
Loqo na entrada vejo um homem deitado no chão sem se mexer, com a cara virada para baixo.

Pensei que estava doente ou morto porque com o frio que estava não acreditei que alguém estivessa a dormir assim.
Paro a observar, as pessoas passam e nem olham. Tento que alguém me dê atenção mas ninguém para. Finalmente o homem mexeu-se parecia estar a dormir.
Tanto se me dá que seja drogado ou alcoólico ninguém merece viver assim.!!!!
Penso: tanta gente preocupada com as orientações sexuais dos outros, tão preocupados com a moral e os bons costumes e tenta-se arranjar ajuda para o próximo e ninguém pára.
O homem lá continuou, aninhou-se e continuou a dormir!!!!!Sem um cobertor, deitado na pedra fria!!!!!!

Hoje - 3 da tarde El Corte Inglês
Vou a correr comprar as prendas para a família cá de casa. Apenas três prendas.

Tanto consumismo. Tantas filas para embrulhos tantos sacos nas mãos!!!! E há seres humanos a dormir na rua.

7 da tarde - notícia na televisão:

Mais uma fábrica que encerrou!!!!

E VIVA O NATAL !!!!


Bjs
Ana F

ONTEM E E HOJE

Ontem

Alcacer do Sa, hora de almoço, num café da vila duas seniores conversavam sobre os males da vida.
- Dizia a +senior
-"Morreu o meu marido e os meus dois filhos tive de deixar a minha casa e ir para
casa da minha filha, veja lá que tenho de entregar a minha reforma toda e nem
me deixou dinheiro para comprar a vacina da gripe e tanto que eu precisava
de a tomar Isto é uma miséria"
- Resposta da -senior:
- "Miséria foi o que eu e os meus irmãos passámos para nos criarmos. Éramos 11
e os meus pais só viviam do mar. Íamos para o mar todos, todos os dias, sem
comer nada cheios de frio e só comíamos depois de um dia de trabalho. Se
conseguíssemos vender alguma coisa comíamos senão.....
Tinha tanta pena do meu irmão mais novo todos os dias apanhava para se levantar
era tão pequenino, o meu pai obrigava-o a ir porque ele tinha muito jeito para
a ameijoa. Eu era a mais velha, mas se dissesse alguma coisa para o
defender leveva também. A minha mãe era tão má sempre a bater-nos. Coitada nem
um palmo de terra tinha para plantar uma couve para nos matar a fome."

HOJE
Lisboa Praça da Ribeira
11 horas da manhã, passeio inesperado para fazer tempo porque me adiaram uma reunião

O CEPO A ARDER

Estamos a chegar àquela época do ano em que anda tudo numa azáfama a quer comprar as últimas prendas! Talvez não estejamos, pois as condições financeiras das pessoas estão muito depauperadas! Mas de qualquer forma é uma época especial em que nos vêm imensas e belas recordações à memória!

A minha família era humilde e as primeiras prendas de Natal que me lembro eram umas filhozes a imitar uma figura humana como se fosse personalizada, como hoje se diz! Anos mais tarde umas meias e quando a vida já era menos penosa umas botas ou sapatos... e por fim estreava-se uma muda de roupa no Natal! Ouve uma evolução que agora parece querer regredir!

Mas apesar de tudo isso a recordação que nunca se me apagou foi o cepo a arder e uma cafeteira de barro um se fazia um café que tinha um paladar fabuloso! Um café quentinho que nos enchia de alegria e aquecia o interior!

Quanto eu gostava que nesta quadra cada ser humano pudesse, pelo menos, aquecer-se no cepo a arder e saborear um café quentinho! As crianças e os velhos são os que mais sofrem nestas ocasiões, mas este ano temos também os desempregados. Enfim o mundo não é perfeito mas ainda há quem lhe introduza mais imperfeições.

Ah, o cepo a arder!

Ópera no mercado

Hoje deu-me p'ra isto...gostei!

Quadras

Quadras

Eu não tenho vistas largas
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia

De quem é?

Bjs
Ana F

HOJE É QUARTA FEIRA

Hoje é quarta feira dia de conversa animada, de muito quebra gelo, de muito disparate, de muita brincadeira, de muita aprendizagem, mas sobretudo, de muita, muita amizade.

Por onde andam que nem à quarta feira dizem nada?

Beijos
Ana F.

Nota- Estou no Alentejo numa zona ribeirinha que agora está iluminada para o Natal? Muito muito bonita. Quem adivinha onde é????


Um abraço do tamanho do mundo
Ana

Folhinha

Folhinha

Murchou a flor aberta ao sol do tempo.
Asssim tinha de ser, neste renovo
Quotidiano.
Outro ano,
Outra flor,
Outro perfume.
O gume
Do cansaço
Vai ceifando,
E o braço
Doutro sonho
Semeando.

É essa a eternidade:
A permanente rendição da vida.
Outro ano,
Outra flor,
Outro perfume,
E o lume
De não sei que ilusãoa arder no cume
De não sei que expressão nunca atingida

Miguel Torga- Poesia Completa II

UM POEMA

Mais uma vez boa noite para todos (poucos) que passam por aqui! Regresso hoje com um poema meu (para fazer concorrência à Ana)! E uma vez que que a quadra (que deveria ser contínua) o pede, chama-se Consoada, mas serve para qualquer ocasião.

CONSOADA

Queres comprar

a felicidade

com uma mão-cheia

de esperança,

e num esgar

de falsidade

servem-te a ceia

da vingança!

No teu olhar

desolado,

pões-te a mirar

maravilhado

uma montra inundada

de luz

banhando a figura rosada

de um Jesus!

Para casa levas então

a ferida

da enorme ilusão

da vida,

e escondes dos pequenos

a dor

com sorrisos serenos

de amor!

AS PALAVRAS

As palavras

São como cristal
As palavras
Algumas, um punhal,
Um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
Barcos ou beijos,
As águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
Leves.
Tecidas são de luz
E são noite.
E mesmo pálidas
Verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
As recolhe, assim
Cruéis, desfeitas,
Nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade, Coraçãodo Dia

O porteiro não permite entradas a intrusos

Boa noite

Egidio não sei o que se passa não consigo entrar na outra sala.

A mensagem é sempre a mesma: - não foi convidada????

Já tentei com o convite , mas eu só tenho um endereço de correio electrónico e não é aceite o mesmo.

Não sei se é do cansaço ou se já estou como o AF no masculino, avessa ás novas tecnologias.

bjs
Ana F

DEBATE

Ainda não trouxe para aqui poesia... porque Olhão me deixou com azia... mas piores foram os atrevidos de Leiria!

Bem deixemo-nos de brincadeiras, porque ali na sala ao lado já se debate a sério, e o Malaquias agora nesta sua/nossa nova casa até pode dar uma espreitadela. Contudo estou surpreendido por o resto do pessoal ainda andar à deriva... já agora caros Malaquianos também podem visitar o meu blogue pessoal (que hibernou durante cinco anos) trialogo.blogspot. com

Ora abraços e beijinhos... consoante o género e apareçam!

O INVERNO

O Inverno

Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.
Vem de sobretudo,
Vem de Cachecol,
O chão onde passa
Parece um lençol.
Esqueceu as luvas
Perto do fogão:
Quando as procurou,
Roubara-as um cão.
Com medo do frio
Encontas-se a nós:
Dai-lhe café quente
Senão perde a voz.
Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.

Eugénio de Andrade, Aquela Nuvem e Outras

PS Uma boa semana
Bjs
Ana F

À ESPERA DO EGÍDIO

Ora boa noite. Há para ali um porteiro na oficina que não me deixar entrar!

Se ao menos por aqui estivesse o Malaquias ou o Dagoberto eles o conseguissem impressionar com os respectivos físicos! Bem vou esperar que o Egídio apareça, para explicar como é porque nem com a palavra-chave (password) consigo entrar. Mas já agora aproveito para perguntar ao Egídio como é que posso gerir dois blogues, é que eu tinha um antigo e ainda que lá tenha chegado quando tento entrar para escrever, direcciona-me logo aqui para junto do Dagoberto e Malaquias. Bem vou aqui ficar um bocado à espera do Egídio, e entretanto desejo-vos uma boa semana de trabalho!

COMEÇO

Começo

Magoei os pés no chão onde nasci.
Cilícios de raivosa hostilidade
Abriram golpes na fragilidade
De criatura
Que não pude deixar de ser uma dia.
Com lágrimas de pasmo e amargura
Paguei à terra o pão que lhe pedia.

Comprei a consciência de que sou
Homem de trocas com a natureza.
Fera sentada à mesa
Depois de ter escoado o coração
Na incerteza
De comer o suor que semeou,
Varejou,
E, dobrada de lírica trsiteza,
Carregou.

Miguel Torga - Poesia Completa Vol I

Nota: Desculpem se insisto em Miguel Torga mas é a alma de Transmontana a falar mais alto
Beijos

Na tal data

Na tal data vendem-nos a ilusão da solidariedade.
Na tal data dizem-nos que os Homens são todos iguais.
Na tal data jogam com os nossos afectos.
Na tal data compram-nos a mente a troco da sensação de nos sentirmos crianças outra vez.
Na tal data obrigam-nos a dar tudo o que nos vendem.
Na tal data bebo a cicuta com um sorriso nos lábios.
Na tal data iludo-me com as luzes e brilhos.

Na tal

VIDA

VIDA

Do que a vida é capaz!
A força dum alento verdadeiro!
O que um dedal de seiva faz
A rasgar o seu negro cativeiro!

Ser!
Parece uma renúncia que ali vai,
-- E é um carvalho a nascer
Da bolota que cai!

Miguel Torga -Poesia Completa I

OH ... MALAQUIAS, ESTÁ TODO VAIDOSO!

Caro amigo Malaquias, então como vai?

......

Casa nova... mais freguesia! Está todo vaidoso!

.....

Pois ainda faltam alguns... mas hão-de vir!

.....

Já vi que tem uns vídeos com mensagens de grande humanismo e solidariedade, fotografias nas paredes... música e tudo! Por falar em música quem é que anda a assobiar lá dentro?

......

Ah, o Dagoberto anda nas arrumações!

.....

Isto tem o seu quê de engraçado... este estabelecimento está ficar muito parecido com o outro!

......

Olhe eu por acaso, sugeria umas alterações! Não sei se dá para fazer umas dependências ao lado para instalar uma sala de debate... quer dizer assim mais formativa!

.....

Foi a Teresa que falou nisso no FC... talvez em que pudessemos trocar opiniões sobre formação... porque ainda não aprendemos tudo!

.....

Ainda bem que vai pensar nisso... um género de sala de debate e estudo, pois é mais ou menos isso!

....

Então até amanhã caro Malaquias e Malaquianos

Natal da Amizade

Se construir a amizade
Fosse em nós prioridade
Em vivência fraternal
Havia mais harmonia
E a humanidade vivia
Num permanente Natal!...

Onde cada ser humano
Desse no quotidiano
Amor ao seu semelhante
Ver no próximo um irmão
Sem ter discriminação
Numa amizade constante....

Uma amizade capaz
Que incentive o mundo à paz
Que o Natal nos inspira
Que não permitisse a guerra
Nem o ódio que há na terra
Nem a fome, nem mentira.

P´ra que o mundo turbulento
Fosse menos violento
Com a ausência da maldade
Onde os seres fossem iguais
E todos os dias Natais
A comungar a AMIZADE!...

Euclides Cavaco

Solidariedade...

Natal

Época de fraternidade, de solidariedade, amor e amizade…onde pequenos gestos conseguem por vezes…grandes feitos. Continuo a achar que tudo o que existe de mais importante na vida…é nos pequenos gestos que se encontra. Natal como alguém disse um dia, é mesmo sempre que o homem quiser. A minha mensagem para vocês que aqui se encontra…e todos os outros que por aqui passarem…é que façam do Natal um dia a dia…uma conquista de um sorriso livre de alguém para nós especial…ou mesmo até desconhecido… Palavras de carinho, que serão e servirão de companhia a quem as queira aceitar… Uma palavra também se assemelha ao Natal, nada pede, nada exige, está sempre presente, solidária…assim a queiramos aceitar…

Viva a mesa do Malaquias..

Boa noite Snr Malaquias

...........

Claro que sabia. Fui ao seu/nosso antigo bar e vi o anúncio de trespasse.

.......

Não é de admirar também só abriu hoje.

......

Um café , sffavor, que tenho de seroar.

......

É trabalhar até tarde

.....

Ainda bem que está contente .

........

Está tudo a correr bem, mas aqui para nós que ninguém nos ouve esta coisa do blog é mais dificil do que o FC.

.......

Porquê? Porque me está sempre a dizer que a palavra pass está errada.

........

Claro que é só ao principio, mas dá mais um bocadinho de trabalho.

.......

O Snr Dagoberto também veio? Está aonde?

......

Então pôs o Snr Dagoberto a arrumar o armazém?

.....

Isso é que é ter fé. Claro que vai ter mais clientes.

........

Ainda é cedo para fechar. Vai ver que ainda vem mais alguém

.....

Tem razão agora não há chat, mas podíamos combinar e vir cá pelo menos uma vez por semana e podia ser à quarta feira.

.....

Já tenho de ir até amanhã.Tudo de bom para si também.

Mesa da Poesia

Liberdade



O poema é

A liberdade



Um poema não se programa

Porém a disciplina

--Sílaba por sílaba--

O acompanha



Sílaba por Síbala

O poema emerge

--Como se os deuses o dessem

O fazemos





Sophia de Mello Breyner "o Nome das Coisas

Mesa da poesia

Liberdade

As Saudades...

E porque realmente as saudades apertam..., pegando na dica anterior, da mesa da poesia, aqui está uma que reflete o que me vai na alma....

Aqui onde se espera

- Sossego, só sossego -

Isso que outrora era,

Aqui onde, dormindo,

-Sossego, só sossego-

Se sente a noite vindo,

E nada importaria

-Sossego, só sossego-

Que fosse antes o dia,
aqui, aqui estarei

-Sossego, só sossego -

Como no exílio um rei,

Gozando da ventura

- Sossego, só sossego -

De não ter a amargura
De reinar, mas guardando

- Sossego, só sossego -

O nome venerando...

Que mais quer quem descansa

- Sossego, só sossego -

Da dor e da esperança,
Que ter a negação

- Sossego, só sossego -

De todo o coração ?

Fernando Pessoa

Beijos e abraços, dentro das necessidades...

JAime Afonso de MAtos

Natal

Natal

Devia ser neve humana
A que caía no mundo
Nessa noite de amargura
Que se foi fazendo doce....
Um frio que nos pedia
Calor irmão, nem que fosse
de bichos de estrebaria

Miguel Torga

PS digam lá que não têm saudades da nossa mesa da poesia

E porque é Natal

Hoje está SOL, cá para os lados da Beira.

Apesar de ter já trabalhado e ainda ir trabalhar, ao olhar para o SOL, lembrei-me de como é bonito "andar por cá". De como é bonito poder cheirar o dia, poder sentir o frio na face, poder dizer bom dia aos que mais gosto, todos os dias, poder sentir saudade. Saudade dos que apesar de não ver todos os dias, ou mesmo apesar de demorar algum tempo a vê-los, estão cá, no meu pensamento e eu sei que também, estou junto deles.

Este ano , passo a consoada em casa, junto da família, À boa tradição e maneira beirã. Junto da lareira, junto daqueles de quem gostamos, muito, e pensar naqueles, que por um motivo ou outro, não podem estar. Também a pensar naqueles que por vários infortúnios, não têm ninguém para estar. è a pensar nestes, e porque é Natal, devemos esquecer diferenças, devemos esquecer coisas menos boas e sentir e pensar, independentemente das religiões ou opções de vida, todas elas respeitadas, que à cerca de 2000 anos, nasceu um menino para mudar os Homens.

Há esqueci-me do bacalhau e do cabritinho, que lá estarão na mesa, juntamente com as filhós e as fatias douradas.

Apareçam, a casa estará aberta e a família Matos terá todo o gosto e prazer de vos fazer e de ter por companhia.

Nesta época de festas, que não se esqueça o essencial, a SOLIDARIEDADE, a FRATERNIDADE e a AMIZADE.

Beijos ou abraços, conforme a "necessidade"....

Um MAlaquiano, JAime Afonso de Matos.

Estava dificil

Boa noite

Estava dificil aceder ao Blog já parecia o Af no masculino, o que será feiro dele?

Será que ainda está a recuperar da SFD? ou continua alérgico ás novas tecnologias?

Bom amanhã volto

Beijos e abraços

Ana F

AMIGOZEZES HABIA NECHESSIDADE!!!

Pois é certo que o tempo passado com o maravilhoso grupo do IBJC não se podia esfumar na simples concretização de uma autoscopia! Na minha opinião, ali estava apenas em jogo mais uma etapa, e melhor ou pior cumprimo-la de acordo com os padrões que nos determinaram. Pela empatia que fomos criando não podíamos mandar tudo para trás das costas!
É que de facto "havia mesmo necessidade" de criar algo que cimentasse o espiríto que ali foi desenvolvido e que depois daquele processo de aprendizagem, nos catapultasse para outras aprendizagens menos formais mas mais socializavéis, isto é que ultrapassasse aquele momento e pudessem servir de modelo para os que vierem depois de nós!
Então criou-se este blogue onde os "malaquianos" (segunda a expressão do Jaime) vão dar um pouco de si. Espera-se que seja um espaço de solidariedade, de troca de experiências, de debate mas sobretudo de (re) encontro diários com os nossos amigos! Nestas coisas há muitos pormenores que desconheço,... por isso por enquanto vão só os textos!
Por agora, para concluir só quero agradecer a vossa amizade e de me terem permitido fazer parte deste magnífico grupo... ainda que chegando atrasado! Já agora uma palavra de agradecimento para o Luis e o Jaime que tiveram de fazer cerca de 40 quilómetros a mais, no passado sábado, para me deixarem na minha querida TOMAR!
Até amanhã camaradas!

Um desejo....

Estamos na época de festas e de jantaradas e hoje, que estive todo o dia em casa, fui Pai e Mãe (eheheheh), pude olhar para o aparelhinho mágico a televisão.

Estava a dar no canal 1, um programa sobre SOLIDARIEDADE, a "causa maior". Este programa, independente dos gostos pessoais, abordava um tema que foi grato aos Malaquianos e que deveria ser grato as todas as pessoas, independentemente da época, a SOLIDARIEDADE, e a AMIZADE.

É pois com este espírito que peço a todos os Malaquianos, mas principalmente a todos os bloguistas que vejam este blog, que não precisem do Natal, para serem Solidários, Companheiros, Humanos, mas principalmente AMIGOS.

É pois necessário que as pessoas de uma vez por todas entendam que todos temos que dar, para um dia receber, que devem cultivar a solidariedade e a relação com as pessoas, pois todos precisamos do próximo.

"No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos." Martin Luther King

Abraços e Beijinhos, JAime MAtos

Caminharemos....

Amigos, a vida é assim.
De certo que a AMIZADE vai continuar e aprova disso é que quando quisermos ou quando alguém quiser, cá estaremos para sermos o que sempre fomos, Companheiros e Camaradas. ENquanto vamos às nossas vidinhas, deixo-vos um poeta de um senhor chamado Ary dos Santos e.....CAminharemos.

Caminharemos de Olhos Deslumbrados

Caminharemos de olhos deslumbrados E braços estendidos E nos lábios incertos levaremos O gosto a sol e a sangue dos sentidos. Onde estivermos, há-de estar o vento Cortado de perfumes e gemidos. Onde vivermos, há-de ser o templo Dos nossos jovens dentes devorando Os frutos proibidos. No ritual do verão descobriremos O segredo dos deuses interditos E marcados na testa exaltaremos Estátuas de heróis castrados e malditos. Ó deus do sangue! deus de misericórdia! Ó deus das virgens loucas Dos amantes com cio, Impõe-nos sobre o ventre as tuas mãos de rosas, Unge os nossos cabelos com o teu desvario! Desce-nos sobre o corpo como um falus irado, Fustiga-nos os membros como um látego doido, Numa chuva de fogo torna-nos sagrados, Imola-nos os sexos a um arcanjo loiro. Persegue-nos, estonteia-nos, degola-nos, castiga-nos, Arranca-nos os olhos, violenta-nos as bocas, Atapeta de flores a estrada que seguimos E carrega de aromas a brisa que nos toca. Nus e ensanguentados dançaremos a glória Dos nossos esponsais eternos com o estio E coroados de apupos teremos a vitória De nos rirmos do mundo num leito vazio. Ary dos Santos, in 'Liturgia do Sangue'

NEM AO DOMINGO

As primeiras saudações vão para o Dagoberto e para o Malaquias! Obrigado por continuarem connosco! Agora para o resto da rapaziada...

Então amigos... nem ao domingo se pára! Bem com o tempinho que está, só mesmo para isto! Por agora foi só uma visita, de qualquer modo vou deixar e os abraços e beijinhos do costume (conforme o género)

Ufa....

Como dizemos na minha àrea, saúde, emergência, ufa...mais uma vida salva. Neste caso, ufa... mais uma etapa deste percurso terminada.

Neste percurso em que andamos, há etapas que nos fazem reflectir, e nos dão força para continuar em frente. Esta, foi uma delas. Pelas pessoas que conheci e convivi, pelos sorrisos que vi, pelo apoio sentido mas cima de tudo pela excelênte CAMARADAGEM E AMIZADE, sentida e partilhada.

Agora, o próximo passo...quem sabe, uma coisa penso saber, lá para Maio, passará por Peniche, pois duma sardinhada organizada pelo meu Amigo Zé Rui, ninguem nos livra.

Viva o MAlaquias.

JAime

P.S.

E porque nada na vida teria interesse, se não fosse partilhada com as pessoas que me aturam, entendem e que eu mais amo, a Paula, a MArgarida e o Francisco. E porque também eles fazem parte do MAlaquias e deste Grupo, aqui estão:

A Princípio é simples anda-se sozinho...

A princípio é simples anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho

e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que leva a peito
bebe-se come-se e alguém nos diz bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vem cansaços e o corpo frequeja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso por curto que seja
apagam-se duvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida

hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...

hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...
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Um Abraço
egídio