PANORAMA
Pátria vista da fraga onde nasci.
Que infinito silêncio circular!
De cada ponto cardeal assoma
A mesma expressão muda.
É de agora ou de sempre esta paisagem
Sem palavras,
Sem gritos,
Sem o eco sequer duma praga incontida?
Ah! Portugal calado!
Ah! Povo amordaçado
Por não sei que mordaça consentida!
"Miguel Torga"
________________________________
Um abraço
Ana
Pagina oficial de Um Grupo Excepcional de Aprendentes e Formadores que têm em comum a AMIZADE e a SOLIDARIEDADE
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Histórias de vida - Sentimentos......
Na terça -feira enquanto se dirigia para o seu local de trabalho, a Eva pensava se iria encontrar a Mª José a dormir ao relento no mesmo local.
Estava muito frio e tinha começado a chover. Tomou o caminho habitual e lá estava a Eva a dormir no mesmo sitio, pareceu-lhe que profundamente. Tinha um edredão por debaixo do saco cama e um cobertor grosso por cima.
De onde teria vindo o cobertor? Certamente de alguma associação daquelas que calcorreiam meia Lisboa, de noite, para ajudar os sem-abrigo.
Estrategicamente tinha mudado a posição da “cama” para um sítio mais abrigado
Voltou a olhar e viu um focinhito a espreitar por debaixo do cobertor era o cãozinho. Afinal ainda estava com a Mª José.
Como é que se consegue dormir com este frio? Perguntou a Eva a si própria.
Na quinta -feira a Eva teve, ainda de ir mais cedo e não resistiu a ir pelo mesmo caminho para ver como estava a Mª José .
Não, não, era bisbilhotice, era preocupação por um ser humano com quem se tinha cruzado e que sem conhecer a Eva de lado nenhum se tinha aberto em confidências sobre o seu passado. Dizia, muitas vezes, que o seu maior sonho era sair da rua e voltar a ter uma casa.
Surpresa!!!! a Mª José estava de pé, bem acordada em amena cavaqueira com um homem também com ar de sem abrigo.
Tal como fazia, ultimamente, olhou para a Eva e fingiu não a ver.
Seria por não ser ali o local onde habitualmente pedia? Seria que ali, naquele sitio onde tinha a “sua casa” não queria conversas?
A Eva nem pensou em abordá-la, seria indelicadeza ir interromper a conversa. E para mais com que direito?
Voltou a olhar e o cãozinho, estava a dormir todo refastelado.
Mais à frente viu uma idosa a arrastar uma mala e um saco. Mais uma sem abrigo a deixar livre o seu poiso, a sua casa , a sua porta de loja!!!!!!
_________________________________________________________________________
Um abraço
Ana
Estava muito frio e tinha começado a chover. Tomou o caminho habitual e lá estava a Eva a dormir no mesmo sitio, pareceu-lhe que profundamente. Tinha um edredão por debaixo do saco cama e um cobertor grosso por cima.
De onde teria vindo o cobertor? Certamente de alguma associação daquelas que calcorreiam meia Lisboa, de noite, para ajudar os sem-abrigo.
Estrategicamente tinha mudado a posição da “cama” para um sítio mais abrigado
Voltou a olhar e viu um focinhito a espreitar por debaixo do cobertor era o cãozinho. Afinal ainda estava com a Mª José.
Como é que se consegue dormir com este frio? Perguntou a Eva a si própria.
Na quinta -feira a Eva teve, ainda de ir mais cedo e não resistiu a ir pelo mesmo caminho para ver como estava a Mª José .
Não, não, era bisbilhotice, era preocupação por um ser humano com quem se tinha cruzado e que sem conhecer a Eva de lado nenhum se tinha aberto em confidências sobre o seu passado. Dizia, muitas vezes, que o seu maior sonho era sair da rua e voltar a ter uma casa.
Surpresa!!!! a Mª José estava de pé, bem acordada em amena cavaqueira com um homem também com ar de sem abrigo.
Tal como fazia, ultimamente, olhou para a Eva e fingiu não a ver.
Seria por não ser ali o local onde habitualmente pedia? Seria que ali, naquele sitio onde tinha a “sua casa” não queria conversas?
A Eva nem pensou em abordá-la, seria indelicadeza ir interromper a conversa. E para mais com que direito?
Voltou a olhar e o cãozinho, estava a dormir todo refastelado.
Mais à frente viu uma idosa a arrastar uma mala e um saco. Mais uma sem abrigo a deixar livre o seu poiso, a sua casa , a sua porta de loja!!!!!!
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Um abraço
Ana
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
O MAIOR VIGARISTA
É caso para dizer... cada cavadela uma minhoca! Depois das eleições presidenciais, aí está mais uma roubalheira preparada entre o actual e futuro PR e o governo (e vocês sabem a minha filiação). Correndo o risco de excomunhão não hipoteco os meus princípios a um símbolo ou a quem o representa em determinado momento. Helena André uma ministra oriunda do mundo do sindicalismo, bem como António Saraiva, com o alto patrocínio de Sócrates e o beneplácito de Cavaco estão a maquinar mais uma roubalheira.
Cerca de um terço das indemnizações por despedimento vão ser roubadas aos trabalhadores! Onde está o PR que ontem tanto falou nos trabalhadores, desculpem (se quiserem apaguem o post) mas ele (o Cavaco) é o MAIOR VIGARISTA que existiu depois de Abril, e tem contado com a cumplicidade de uma esquerda que de uma vez por todas se vendeu à direita!
domingo, 23 de janeiro de 2011
Abstenção!!!!!!!!!!!
"Anunciam os sociólogos o advento próximo de uma humanidade sem alma, de superfície, fútil, a viver despreocupadamente o quotidianio, feliz, liberta de inquietações de qulquer ordem, politicas, morais, religiosas ou cívicas. Cada qual contente da sua condição singular, alheio ao poder, à autoridade, aos problemas do mundo. E fico-me a pensar no qual será o amanhecer desse feriado egotista no longo calendário agitado do tempo. É que pergunto a mim mesmo se, depois dele, os pesadelos que agora nos afligem não voltarão redobrados. Quanto mais profundamente se dorme, mais estremunhado se acorda com a realidade. Ninguém vive indefinidamente entre parêntesis"
Lisboa Março de 1988
Miguel Torga - Diário XIII a XVI
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Um abraço
Ana
Lisboa Março de 1988
Miguel Torga - Diário XIII a XVI
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Um abraço
Ana
sábado, 22 de janeiro de 2011
HISTÓRIAS DE VIDA – Sentimentos…..
Não havia maneira de a Eva se sentir confortável. Estava sentada num auditório da antiga FIL à espera que a formação, a que ia assistir, começasse, e o frio que se fazia sentir era mais que muito.
Já há alguns dias, que se sentia angustiada por causa do frio, não por sua causa mas sim pelos sem abrigos.
A Mª José, a sem abrigo, a do cãozinho, estava outra vez a dormir na rua.
A Eva não queria crer que isso fosse possível porque a Maria José quando tinha perdido o anexo onde habitualmente dormia, tinha-se organizado de imediato e tinha-lhe dito, inclusive, que estava a pernoitar num Albergue e que o cãozinho, como não eram permitidos animais no albergue , durante o dia estava com ela e à noite ficava numa União Zoo… a troco do trabalho da Mª José durante algumas horas.
Dava, gosto vê-la. Vi-a várias vezes limpa e com muito melhor aspecto.
Voltou para a rua vá lá saber-se porquê.
A Eva tinha-a abordado e a Mª José dissera-lhe que o cãozinho não se tinha adaptado e que tinha sido forçada a voltar para a rua, mas quando a via já não lhe pedia nenhuma moeda, como se a quisesse evitar, como se a Eva se tivesse metido onde não devia.
Quase no Natal a Eva voltou à fala com ela e perguntou-lhe onde dormia agora. Não é que a Eva não soubesse porque passava todos os dias por ela logo de manhã.
A Eva dormia à porta de entrada de uma grande sapataria na Baixa de Lisboa. Nesse dia a Mª José tinha comentado que só desejava que o Verão chegasse e que estava triste por ir passar o Natal na rua.
Todos os dias a Eva, por volta das 8.30 da manhã, vê a a Mª José a dormir no seu saco cama, umas vezes directamente no chão de pedra, , num dia, muito mas muito frio estava deitada com uma esteira por baixo. Do cãozinho nem sinal.
Na sexta feira a Mª José estava deitada, no sítio habitual, com restos de comida ao lado e dormia profundamente. A Eva parou e esperou um bocadinho para ver se ela acordava para falar com ela, mas a Mª José não acordou.
Como é quem alguém deitado ao relento pode dormir assim? pensou a Eva
A formação já tinha começado e a Eva não se conseguia concentrar.
-“Será que a Mª José e os outros sem abrigo têm sobrevivido com este frio?
_____________________________________________________________________________________
Um abraço
Ana
Já há alguns dias, que se sentia angustiada por causa do frio, não por sua causa mas sim pelos sem abrigos.
A Mª José, a sem abrigo, a do cãozinho, estava outra vez a dormir na rua.
A Eva não queria crer que isso fosse possível porque a Maria José quando tinha perdido o anexo onde habitualmente dormia, tinha-se organizado de imediato e tinha-lhe dito, inclusive, que estava a pernoitar num Albergue e que o cãozinho, como não eram permitidos animais no albergue , durante o dia estava com ela e à noite ficava numa União Zoo… a troco do trabalho da Mª José durante algumas horas.
Dava, gosto vê-la. Vi-a várias vezes limpa e com muito melhor aspecto.
Voltou para a rua vá lá saber-se porquê.
A Eva tinha-a abordado e a Mª José dissera-lhe que o cãozinho não se tinha adaptado e que tinha sido forçada a voltar para a rua, mas quando a via já não lhe pedia nenhuma moeda, como se a quisesse evitar, como se a Eva se tivesse metido onde não devia.
Quase no Natal a Eva voltou à fala com ela e perguntou-lhe onde dormia agora. Não é que a Eva não soubesse porque passava todos os dias por ela logo de manhã.
A Eva dormia à porta de entrada de uma grande sapataria na Baixa de Lisboa. Nesse dia a Mª José tinha comentado que só desejava que o Verão chegasse e que estava triste por ir passar o Natal na rua.
Todos os dias a Eva, por volta das 8.30 da manhã, vê a a Mª José a dormir no seu saco cama, umas vezes directamente no chão de pedra, , num dia, muito mas muito frio estava deitada com uma esteira por baixo. Do cãozinho nem sinal.
Na sexta feira a Mª José estava deitada, no sítio habitual, com restos de comida ao lado e dormia profundamente. A Eva parou e esperou um bocadinho para ver se ela acordava para falar com ela, mas a Mª José não acordou.
Como é quem alguém deitado ao relento pode dormir assim? pensou a Eva
A formação já tinha começado e a Eva não se conseguia concentrar.
-“Será que a Mª José e os outros sem abrigo têm sobrevivido com este frio?
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Um abraço
Ana
sábado, 1 de janeiro de 2011
A VIDA
A vida
Povo sem outro nome à flor do seu destino;
Povo substantivo masculino,
Seara humana à mesma intensa luz;
Povo vasco, andaluz,
Galego, asturiano,
Catalão, português:
O caminho é saibroso e franciscano
Do berço à sepultura;
Mas a grande aventura
Não é rasgar os pés
E chegar morto ao fim;
É nunca, por nenhuma razão,
Descrer do chão
Duro e ruim!
"Miguel Torga"
Um ano de 2011 com tudo de bom e sobretudo que a vontade de resistir nunca nos falte.
Um abraço
Ana
Povo sem outro nome à flor do seu destino;
Povo substantivo masculino,
Seara humana à mesma intensa luz;
Povo vasco, andaluz,
Galego, asturiano,
Catalão, português:
O caminho é saibroso e franciscano
Do berço à sepultura;
Mas a grande aventura
Não é rasgar os pés
E chegar morto ao fim;
É nunca, por nenhuma razão,
Descrer do chão
Duro e ruim!
"Miguel Torga"
Um ano de 2011 com tudo de bom e sobretudo que a vontade de resistir nunca nos falte.
Um abraço
Ana
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