PERENIDADE
Nada no mundo se repete.
Nenhuma hora é igual à que passou.
Cada fruto que vem cria e promete
Uma doçura que ninguém provou.
Mas a vida deseja
Em cada recomeço o mesmo fim.
E a borboleta, mal desperta, adeja,
Pelas ruas floridas do jardim.
Homem novo que vens, olha a beleza!
Olha a graça que o teu instinto pede.
Tira da natureza
O luxo eterno que ela te concede.
Miguel Torga- Poesia Completa I
Abraços
Ana Fernandes
1 comentário:
Mas que bonito, que bucólico!!!
O Adolfo escreveu isto (o poema) quando ia pastar as cabras ou ia colher erva para os coelhos e para a burra.
Os pastores são tão sensíveis!!!
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