sábado, 10 de abril de 2010

NEM SÓ AS PALAVRAS SÃO POESIA

As queixas do Egídio ou o escrito do Luís são factos cada qual com a sua característica própria mas que de algum modo podem ser poesia, parafraseando o Farelhão! Uma mais rebelde (de intervenção) outra mais morna (de reflexão). Ter a noção exacta das coisas e saber dar-lhe um cunho vivo é fazer poesia, porque esta é a transformação da escrita ou da voz numa musicalidade compreensível, como acontecia na Ágora da Grécia da Antiguidade, porque o modo mais fácil da mensagem chegar a todos, era que ela fosse transmitida de modo alegórico e ritmado que de forma fácil fosse captada pelo cérebro, pudesse ser memorizada!
Mas existe também a poesia das expressões e entre elas (vou puxar a brasa à minha sardinha) é de enaltecer as iniciativas e tradições populares! Isto independentemente de se suportarem em alguns paradigmas contraditórios e por vezes conservadores. Ontem foi eleito o Mordormo da Festa dos Tabuleiros de 2011, que se realizará em finais de Junho ou princípios de Julho, numa manifestação popular no salão nobre dos Paços do Concelho de Tomar.
Poético! Não só o momento da escolha mas de toda a azáfama que aí vem, em que o meu povo esquece origens e condição unido numa mesma finalidade. Poético será o momento em que as raparigas de Tabuleiro à cabeça fizerem rimas de cor e de sorrisos desfilando pelas ruas, quando as hipérboles de olhares se debruçarem nos corpos cansados mas resistentes, antíteses de um sofrimentos em que elas carregam os tabuleiros e eles apenas acompanham ou das lágrimas de felicidade por chegar ao fim!
Poética a minha festa, feita de sensações e escrita de saberes e sacrifício, mergulhada no tempo de antanho revivida a cada ano como se fosse a primeira! Deixo o convite, venham ver este tipo de poesia... certamente não sairão defraudados!

Sem comentários:

Passeio BTT Aboboreiras