Pois é, apesar de alguns remoques a despropósito gostei do comentário, Xaviota! Gostei porque eu admirava a Natália Correia, a sua imponência e impertinência! A passagem que vou contar expressa bem a sua forma de estar no mundo, desabrida e provocante. Como antes referi existiu aquela associação de escritores a quem ela dedicava especial carinho. Nesse ano de 1985 resolvemos fazer um Encontro Nacional, que decorreu no Paço dos Duques em Guimarães e até contou com a presença do então Secretário de Estado da Juventude, nada mais nada menos que o Marques Mendes... era a época apoteótica do Cavaquismo!
É certo que para esse efeito teve imenso peso o vice-presidente da Associação pertencer à JSD, mas políticas à parte foram três dias de grande animação intelectual, com muitos jovens portugueses e outros das países de expressão portuguesa.
Ora a estadia foi no Hotel Conquistador e íamos chegando aos poucos! Eu estava com uma amiga de Évora, que andaria pelos 22/23 anos, a trocar impressões e a Natália ao balcão a fazer o registo (chek-in), já nos tínhamos cumprimentado uns aos outros e ali estávamos. Entretanto o Dórdio chamou pela Natália, uma e outra, e ainda outra vez. Ela não lhe deu resposta e a amiga com quem eu estava chegou-se junto da Natália e disse-lhe: "Olhe D. Natália o seu marido está a chamá-la!"
Resposta pronta, naquele vozeirão que fazia tremer tudo à sua volta, na ponta da língua da Natália: "O meu marido não! O tipo com quem eu durmo e que eu autorizo que durma comigo, que eu cá não tenho nem quero maridos!"
Um silêncio abateu-se por completo na recepção, ninguém se atrevia a dizer uma palavra, a minha amiga e eu fizemo-nos da cor de um tomate! A Natália impávida e serena concluiu o registo, virou-se e gritou: "Dórdio, já podemos subir para o quarto!" Pegou na mala saiu em direcção aos aposentos com a a maior das naturalidades.
Pouca gente sabia, e eu também não, que eles não eram casados, mas não foi isso que nos afectou mas o aparente desprezo com que a nossa "ídolo" disse aquelas palavras!
Já agora Ana desculpa a mania das escritas e fazer-te andar de blogue para blogue! Para os outros, contem umas coisas engraçadas... eu deixo beijos e abraços e quero saber a data de Peniche, pois tenho Maio muito ocupado e não quero faltar!
(Este "post" foi alterado em 18/02/2010 por especial deferência de Xaviota que alertou para a existência de um erro num dos nomes referidos)
2 comentários:
No 1º post pensei que havia sido um lapso, mas, com a repetição neste agora, acho que se trata de um equívoco o nome que atribuiu ao Dórdio Guimarães, a quem se deveu uma parte significativa do êxito de "Mátria".
Já agora devo perguntar: o que está previsto acontecer em Peniche?
Tem toda a razão amigo Xaviota. Fui reler os "post" e detectei que de facto tem razão... não sei se terá sido alguma influências das culturas clássicas. Agradeço o alerta e vou repor a verdade!
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