Liberdade
- Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
- Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
- Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome
" MIguel Torga - Poesia Completa"
3 comentários:
Sempre activa, sempre interventiva a NOSSA AMIGA Ana
Obrigado amiga por ser como és!
Beijos
PS:
Amen
Um abraço do tamanho do mundo
Ana
"Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome" escreveu o Adolfo. Nada mais falso e sabem porquê? Somos e seremos sempre escravos da nossa consciência. Até ao fim. A sensação de liberdade que o Adolfo sente em si próprio mais não era que isso mesmo: uma sensação de quem está vivo, com saúde e com dinheiro.
Pessimista eu?
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