domingo, 14 de novembro de 2010

MORREU O HOMEM DO MOUCHÃO

Cá ando entretido com as minhas coisa. Uma dedicação ao Grupo de Teatro e Convívio da Associação Recreativa das Aboboreiras, no qual já desempenhei papéis em três peças (eu que só no ciclo preparatório tinha feito teatro). Mas o que mais me seduz, e foi para isso que me disponibilizei é a parte organizativa e nesse aspecto realizámos duas Noites de Fado e um Ciclo Cultural (com teatro, música, poesia, artesanato e feira do livro) que se repetirá em 2011. À parte esse aspecto é a escrita que me "embebeda" e duas peças infantis já foram a cena e a terceira vai este Natal, ao mesmo tempo que estou a escrever uma mais complicada e que me levou a descobrir muita coisa da história de Portugal! Mas se tudo isso é bonito e sedutor, também existem os momentos menos bons!
Francisco Vigário, o criador da bebida Mouchão que alguns de vós provaram, faleceu no passado fim-de-semana! Homem integro, um Comunista de elevada dignidade e amizade ao próximo e nem o facto de na década de setenta ter sido nomeado regedor da freguesia, o impediu de esconder em sua casa o grande mestre Fernando Lopes Graça quando este vinha à terra Natal para conviver com os seus! Com o senhor Vigário comecei a ter os primeiros contactos há cerca de 20 anos (mais coisa menos coisa) quando "descobri" o sabor do Mouchão que ele fazia na sua tasca "Casa dos Passarinhos" na rua Gil Avô. Desde que o estabelecimento ardeu, há uma década, passou a fazê-lo em sua casa.
Nos últimos meses estava muito doente e visitei-o com uma frequência de duas ou três vezes por semana, e quando a conversa para isso se encaminhava dizia-me com um sorriso: "olhe Saraiva, só os burros é que não mudam!"
Não me perdoava nem por nada eu não ser membro do PC, mas nem por isso se furtava a uma boa cavaqueira e se a oportunidade surgia lá estava a trave mestra do seu discurso que me deixava sempre sem resposta. Tomar perdeu mais um grande homem, daqueles simples na forma de estar mas magnânimos pela sua entrega a causas. Além de três filhos e uma filha, deixou cá muitas lições... e o sabor inconfundível do Mouchão!

1 comentário:

efernandes disse...

Bem hajas tu agora Virgílio pelo privilégio que tiveste.
Abraço
ef

Passeio BTT Aboboreiras