O homem é a mais elevada das criaturas.
A mulher é o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono.
Para a mulher, um altar.
O trono exalta.
O altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz; o coração produz Amor.
A luz fecunda.
O Amor ressuscita.
O homem é forte pela razão.
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence.
As lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos.
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece.
O martírio sublima.
O homem tem a supremacia.
A mulher, a preferência.
A supremacia significa a força.
A preferência representa o direito.
O homem é um gênio; a mulher, um anjo.
O gênio é imensurável; o anjo, indefinível.
Contempla-se o infinito.
Admira-se o inefável.
A aspiração do homem é a suprema glória.
A aspiração da mulher é a virtude extrema.
A glória faz tudo grande.
A virtude faz tudo divino.
O homem é um código.
A mulher, um evangelho.
O código corrige.
O evangelho aperfeiçoa.
O homem pensa.
A mulher sonha.
Pensar é ter no crânio uma larva.
Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano.
A mulher um lago.
O oceano tem a pérola que adorna.
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa.
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço.
Cantar é conquistar a alma.
O homem é um templo.
A mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos.
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra.
E a mulher onde começa o céu.
(Vitor Hugo)
Um abraço para todos vós
1 comentário:
Este poema (será?) lembra-me o tricô. VH lembra uma "madame" a tricotar uma écharpe multicor, pensando que se trata de uma obra de arte, mas no fundo não é mais que um adorno rócócó.
Não estou a ser original, pois o José Carlos de Vasconcelos (JCV) também compara certos "poetas" com tricotadeiras.
O Homem e a Mulher serão sempre ambas as considerações de cada quadra e nunca apenas uma só.
Como escreveu JCV, "tricota...tricota... filho da pota...tricota..."
Você, L Santos, você escreve poesia melhor que o VH. Não tenho qualquer dúvida sobre isso. E sabe porquê? Não sabe? Então aqui vai: você é naturalmente espontâneo e transparente quando escreve e fá-lo bem. Para si o importante são os sentimentos e os afectos (a écharpe-pessoas), enquanto para o VH o que conta são as formas e não o conteúdo, isto é, a exibição "tricô"-ego.
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