Anunciam os sociólogos o advento próximo da humanidade sem alma, de superfície fútil, a viver despreocupadamente o quotidiano, feliz,liberta de inquietações de qualquer ordem, políticas, morais, religiosas ou cívicas. Cada qual contente da sua condição singular, alheio ao poder, à autoridade, aos problemas do mundo. E fico-me a pensar no que será o amanhecer desse feriado egotista no longo calendário agitado do tempo. É que pergunto a mim mesmo se, depois dele , os pesadelos que agora nos afligem não voltarão redobrados. Quanto mais profundamente se dorme, mais estremunhado se acorda com a realidade. Ninguém vive indefinidade entre parêntesis.
Lisboa, 11 de Março de 1988 - Diário... Miguel Torga
Um abraço
Ana Fernandes
1 comentário:
Adolfo, dias não são dias.
Adolfo, dias há que apetece fugir.
Adolfo, dias há que a Ana pensa em ti (quase todos).
Adolfo, dias passados não movem turbinas eólicas,
Adolfo, dias de sol virão.
Adolfo, dias e dias a escrever disparates, só o Xaviota.
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