Viva,
Vinha eu, um destes dias, a arrastar os pés, do Instituto para a estação do Rossio,depois de um dia de trabalho extenuante, quando deparo com a sem abrigo, a do cãozinho da camisola, sentada à beira do passeio, com um recipiente de comida no chão, a comer no chão, e o cãozinho, o da camisola, a dominar-se para não se atirar para dentro do recipiente para poder comer, também.
E depois perguntarão?
Depois no mesmo passeio circulava um casal de turistas, com um cão pela trela e não sei qual estava mais espantado com a cena, se o dono se o cão por ver um ser humano a passar por uma situação daquelas .
O cão, o turista , deve ter pensado que gente mais estranha, quem come assim não são as pessoas, mas sim os da minha especie!!!!!
Os turistas não sei o que terão pensado. Terão achado pitoresco?
Tenho notado que a sem abrigo tem vindo a decair, não sei se são drogas ou alcool ou apenas miséria,está magrissima, tenho-me mantido afastada. Porquê? Para não sofrer, ainda mais do que já sofro por não poder fazer nada para acabar com situações como esta.
Cada vez tenho mais vontade de fugir de Lisboa, de Lisboa não, deste país cada vez mais miserável e com o futuro cada vez mais distante.
Bom vão dando notícias e como de costume, Um abraço do tamanho do mundo.
Ana
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