A Teresa respirou fundo antes de responder à Catarina.
- Não, não fui ao cinema e se tivesse ido?
A vontade dela era dizer à Catarina que o melhor era arranjar outros interesses para além das amigas, pois às vezes cansava, e o pior é que se alguma delas fazia algum programa sem ela amuava.
- Vá lá conta. Voltou a pedir a Matilde.
- No outro dia à saída do cinema, à porta do cinema, na rua, encontrei uma antiga colega dos tempos da escola que me contou que está a participar num projecto muito interessante.
- Que projecto? – Perguntou a Catarina, interrompendo a amiga.
A Esperança tinha vontade de a mandar calar, mas o pontapé que a Matilde lhe deu por debaixo da mesa fê-la parar.
- É um projecto que ela baptizou de regresso à escola. È voltar a estudar.
- Já tenho pensado nisso - disse a Esperança - mas não me vejo com paciência para voltar aos bancos da escola.
A Teresa disse-lhes que já se tinha ido informar e que por agora ia só tentar concluir o 12º ano, que até já se tinha escrito num Centro de Novas Oportunidades e que tinha gostado da entrevista e do “percurso” que teria de fazer para obter o diploma.
A Catarina, não se contendo, disse-lhe:
- Ah, agora já queres voltar a estudar mas quando eu e a Esperança te falámos nisso há uns anos, não quiseste, que não que não tinhas tempo. De onde te vem tanto entusiasmo agora? E, não dando sequer tempo à amiga para responder:
- Vamos mas é escolher para comermos que estou cheia de fome.
- A Sofia ainda não chegou, disse a Matilde, não esperamos por ela?
A Sofia não conseguia nunca cumprir um horário. Ou chegava, muito antes ou muito depois da hora combinada de modo que ninguém tinha estranhado a sua ausência.
Já estavam no café quando a Sofia entrou ofegante.
- Foste correr a Maratona? disparou a Catarina
- Não, respondeu-lhe a Sofia que personificava a calma em pessoa, fui tratar da nossa viagem. Vamos viajar as cinco.
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