A Eva avistou a sua amiga sem abrigo a do cãozinho.Considerava-a amiga nem ela sabia bem porquê. Talvez devido à maneira como lhe desejava sorte e saúde quando lhe dava alguma moeda e da disponibilidade que tinha para conversar quando a Eva tinha tempo.
Institivamente abriu a mala e retirou do porta moedas uma moeda de 2 euros.
Quando chegou ao pé da sem abrigo entregou-lhe a moeda sem esta ter de lha pedir.
- "Olha ......(Nome do cãozinho) esta é das grandes. Grande amiga. Que Deus lhe dê saúde e muito boa sorte."
A Eva estava cansada, continuava a sentir-se triste, mas parou e perguntou-lhe se continuava a viver "a dormir " no tal anexo perto do aeroporto.
- Quando tenho dinheiro para voltar no dia seguinte sim, senão durmo aqui mesmo na rua.
- Mas porque é que não pede ajuda à Santa Casa, à Segurança Social?
- Roubaram-me o cartão de cidadã e os documentos dele (Cãozinho) mas já tive apoio para os substituir. Eu já tentei obter apoio, vou para lá e estou horas à espera que me atendam. Sabe eu descontei para a Segurança Social. Já me dava por satisfeita se me pagassem o passe.
A Eva ganhou coragem e perguntou-lhe o nome e, mais uma vez, ouviu a história da sua viuvez e de como é que tinha vindo parar à rua.
- Drogas não,nunca, mas às vezes bebo uma cervezinha a mais. Sabe tenho vergonha de pedir e assim arranjo coragem, e forças, para continuar na rua, não consigo arranjar trabalho e se não pedir não como.
A conversa continuou durante mais alguma tempo e de repente a MªJosé, é assim que se chama, retirou, do seu saco, umas páginas de um livro, com pinturas e disse:
- Precisava de arranjar papel e aguarelas para fazer desenhos, sabe eu desenho bem e tenho cada vez mais vergonha de pedir. Agora, com a crise as pessoas cada vez dão menos.Se tivesse materiais em vez de pedir, vendia os desenhos.
A Eva despediu-se a pensar onde iria arranjar um estojo de pintura para oferecer àquela sua amiga.
Nos dias seguintes deu consigo a olhar para as montras das lojas da especialidade e a constatar o preço elevado desses materiais.
Não viu a Mª José qaundo voltou a passar pelo mesmo local e pesnou:
-Será que arranjou dinheiro para os transportes e já foi para casa?
- Quem sabe!
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