terça-feira, 5 de abril de 2011

HISTÓRIAS DE VIDA - Lisboa Fora de Horas

Aquela pomba fazia-a sorrir.

A estação do Rossio às sete da manhã já estava por sua conta.
Andava ligeira de cais para cais, a debicar, e, não se inibia de dar o seu voo e pousar nas escadas rolantes.

Seria sempre a mesma? Não sabia, mas só a via por volta das sete da manhã.
Sobrevivência? Adaptação? Quem sabe!!


Da mesma maneira que por volta dessa hora estava, sempre, um sem abrigo, enrolado num saco cama na base da estatua na Praça D.Pedro IV.

Porquê ali e não numa qualquer porta de loja? Quem sabe!!


Lisboa, a Baixa, tem um rosto e uma luz diferente a esta hora. Parece que não há pressa e há mais humanidade, nos olhares que se cruzam.



Às seis da tarde, na porta de uma loja, sempre na mesma, em pleno centro da Baixa, dorme, sempre, um sem abrigo.

A essa hora está completamente coberto. Repousa a cabeça num daqueles sacos de compras com rodas e dorme profundamente.

Depois das dez da noite está desperto, recostado, e a olhar para quem passa com um olhar que reflecte curiosidade.

Dorme de dia porquê? Por medo da noite? Quem sabe!!!!



Lisboa, a Baixa, a esta hora tem um ar festivo, são os turistas, que parecem não ter frio, que percorrem as nossas ruas e aproveitam tudo o que a cidade tem para oferecer, sobretudo as esplanadas e os restaurantes.

São de todas as nacionalidades. Parece que à noite têm mais visibilidade. Qual a razão? Quem sabe!!!


Não tinha a resposta para estas questões, mas uma coisa sabia, gostava, muito, de Lisboa, da Baixa, fora de horas.

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