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terça-feira, 10 de maio de 2011
Histórias de Vida …..Irresponsáveis! Quem eu?
Nos últimos dias tinha-se sentido desalentada, melhor ofendida e, sobretudo, humilhada.
Os comentários que se ouviam acerca da crise em Portugal e dos Portugueses faziam-na sentir assim.
Tinha começado a trabalhar aos 16 anos, após a conclusão do Curso Geral de Comércio, o que já era muito para a época, e prosseguiu os estudos a nível superior, sempre, à sua custa.
Aos 17 anos, mudou-se para uma grande empresa onde fez toda aprendizagem de uma vida. Tanto no aspecto cívico como profissional, trabalhou lá mais de 30 anos.
Em 2003 viu-se confrontada com o desemprego, pois a “sua”grande empresa tinha-se, entretanto, incorporado numa multinacional que ia ser deslocalizada, e deitou mãos à luta. Esteve poucos meses no Desemprego, para o qual tinha descontado uma vida inteira, e criou o seu posto de trabalho.
No inicio de 2008 voltou a sentir o desemprego, porque o Programa onde trabalhava como Consultora na área da Gestão, praticamente a tempo inteiro, foi abruptamente interrompido.
Voltou novamente à luta e deu consigo a ter de pagar comissões para ter trabalho como Consultora !!!!
Para se livrar disso, em 2010, tinha voltado a trabalhar com trabalhadora dependente, com um vencimento, práticamente, igual a metade do que ganhava na Multinacional.
Neste entretanto tinha sido obrigada a gastar as economias de uma vida para custear a educação das suas filhas e as doenças de familiares.
Já não sabia há quantos anos que não fazia férias fora de casa.
Tinha viajado, sim, alguns, muitos, milhares de quilómetros, mas sempre para trabalhar longe de casa e da sua família.
Fazendo o balanço da sua vida nunca tinha vivido acima das suas posses antes pelo contrário.
Finalmente, naquele dia, ao ver o Vídeo que a “Câmara de Cascais”? tinha elaborado para dar resposta aos Finlandeses, sentido que alguém, para além dela, neste País se sentia também humilhado e ofendido.
Deu consigo a pensar que não valia a pena votar nestas eleições porque nada iria mudar, mas à noite, respondeu a uma das suas filhas que mesmo votando em branco todos tínhamos de ir votar.
Claro que não ia votar em branco, apesar de tudo, valia a pena votar nos ideais de toda uma vida, mesmo sentindo que cada vez estavam mais longe de ser alcançados………
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